A mulher do ano foi a professora que se sacrificou para que seus alunos tivessem um Ano Novo

Nosso país atravessa um momento muito complicado em diversos setores, tanto na economia, como na segurança, educação e saúde, passando por um alto índice de criminalidade e injustiças sociais. Enfrentamos um ano difícil para todos os trabalhadores que ficaram desempregados, e mesmo os que mantiveram seus empregos em troca de menos benefícios ou mesmo redução salarial, enfim, um ano bastante complicado.

Um ano cheio de perdas e tragédias onde muitos desconhecidos tornaram-se heróis, e onde vidas foram salvas graças à coragem de tantas outras mulheres e homens que deram suas vidas para salvar o próximo, e se quer serão lembrados pela mídia. Então vem uma revista conceituada (Que eu mesmo nunca li) e elege a cantora de Funk Anitta como sendo a mulher do ano de 2017, e isso acabou gerando revoltas, discussões, brigas, e muitos se sentiram ofendidos, mesmo sem nunca terem lido tal revista ou mesmo saber que a mesma existia, mas isso é uma questão que realmente afeta o bom senso e nos mostra uma inversão de valores tremenda, mas estamos no Brasil, e por aqui será sempre assim.

A mesma revista não lembrou da professora Heley De Abreu, por isso caros leitores, faço questão de lembrar!

No dia 5 de outubro deste ano, o vigilante Damião Soares Santos, de 50 anos, pôs fogo na creche “Gente Inocente” em Janaúba (MG), matando 12 pessoas e deixando mais de 40 feridas. Heley de Abreu lutou com o vigia na tentativa de impedi-lo de colocar fogo na escola. Em chamas, ajudou a salvar vários alunos que foram trancados pelo vigia dentro de uma sala de aula. Ferida, com 90% do corpo queimado, chegou viva ao hospital, mas não resistiu. Se não fosse por ela, mais crianças teriam morrido. E bem antes dessa tragédia, ela já havia enfrentado a dor de ter perdido um filho, logo essa professora merece todo o nosso respeito, e não é uma revista qualquer que vai nos dizer ou impor em nossas cabeças sobre quem são os nossos verdadeiros heróis, que não estão confinados numa casa repleta de câmeras, cheia de participantes ignorantes que não ensinam ou passam nada de interessante para a sociedade; nossos heróis não estão curtindo uma fazenda, cheia de sub celebridades decadentes; nossos heróis não estão arrastando multidões com suas dancinhas estúpidas e letras pornográficas, e nem se fazem de vítimas só para conquistarem carinho e respeito.

Nossos heróis estão todos os dias lutando para salvar vidas, correndo para atender urgências, batalhando para dar aulas em ambientes hostis, com alunos rebeldes e agressivos, nossos heróis estão por aí sofrendo ameaças e brigando com o sistema.

A mulher do ano, é a professora que lutou para que uma classe inteira de alunos pudessem passar o ano novo!