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Guerra de facções: PCC estima recrutar até 40 mil membros para combater FDN e CV
De acordo com informações do Portal UOL, agentes do Ministério Público Estadual (MPE) de São Paulo e da Polícia Federal (PF), confirmaram o planejamento estratégico da maior facção criminal do país, Primeiro Comando da Capital (PCC), para recrutar cerca de 40 mil novos membros para a “guerra” contra suas principais facções rivais, Família do Norte (FDN) do Amazonas, e Comando Vermelho (CV) do Rio de Janeiro.
O promotor de Justiça, Lincon Gakiya, especialista no PCC e integrante do Núcleo de Presidente Prudente do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), contou: “a informação que surgiu é de que cada membro deve “batizar” uma nova pessoa. Eles estão pegando qualquer um”.
Segundo informações de órgãos oficiais de segurança, só no início deste ano, a facção contava com cerca de 20 mil membros. A estimativa é de chegar até 40 mil ainda este mês, sendo que cada integrante terá que “batizar” um outro membro.
Conforme as regras antigas – que foram estipuladas para se tornar integrante da facção -, o aspirante precisa ser convidado por um membro interno e receber o aval de outros dois integrantes. Sendo assim, o responsável pelo convite tornava-se ‘padrinho’ e, consequentemente, se tornava responsável pelos atos do ‘afilhado’, podendo ser punido caso o seu ‘apadrinhado’ viesse a cometer falhas.
Guerra
Desde 2016, o PCC entrou em guerra com o CV e suas fações aliadas, principalmente a FDN, considerada a terceira maior facção do país, pela disputa do comando nos presídios e de rotas do tráfico em todo o país.
A estratégia do PCC em recrutar novos membros tem sido melhor sucedida em certas regiões que em outras. No Ceará, por exemplo, de março de 2015 até agora, o número de filiados é no mínimo dez vezes maior.
“A facção tem priorizado os Estados que estão em fronteiras, ou que possuem portos, onde a prioridade é o tráfico internacional para os centros de consumo da África, Europa e Ásia”, afirmou um integrante da área de inteligência da PF, que não quis ter a identidade divulgada.
Recrutamento arriscado
O procurador Márcio Sérgio Christino, um estudioso da facção, duvida da eficácia do plano do grupo, pois o modo como os novos filiados estão sendo recrutados acaba colocando em xeque a “qualidade” da facção quanto ao material humano. Márcio traz essa declaração no seu recém lançado livro, intitulado “Laços de Sangue – A História Secreta do PCC”.
“No final, a guerra acaba sendo um grande negócio para as facções. Quanto mais gente entra, mais dinheiro se movimenta. Só que não há vida pós-facção. O cara vai morrer como morreram os de Manaus e Alcaçuz, e os de outros presídios”, argumentou um agente da PF.
Ainda conforme o agente, “os familiares das lideranças vivem como milionários, mas os chefes são como “reis” presos, alguns até o final da vida. Há uma grande massa se matando entre as facções e fazendo atentado para que uma pequena cúpula possa ganhar mais e mais”.
Questionado se o PCC chegará aos 40 mil membros até o fim do mês de dezembro, o agente respondeu: “Não, eles chegaram a 25 ou 26 mil, mas isso não quer dizer que vão parar de batizar novas pessoas”, afirmou.
*Com informações da fonte: Portal Em Tempo