Alegando que os cofres do Estado estão escassos, o atual governador Amazonino Mendes, numa tentativa de negociar com os professores, […]

De 35% de reajuste dos professores, Amazonino oferece apenas 4,57%

Alegando que os cofres do Estado estão escassos, o atual governador Amazonino Mendes, numa tentativa de negociar com os professores, propôs um reajuste de 4,57% à data base de 2017 da categoria. Sem correção na folha, há quatro anos, os docentes pedem 35% de recomposição e afirmam que a proposta do governo não chega nem de perto a metade dos 50% do requerido.

Com base nos cálculos de um salário de um professor de 40 horas aulas semanais, que hoje é R$ 3.269,49 – um secretário de Estado ganha hoje R$ 15 mil -, o reajuste proposto por Amazonino seria de R$ 149,41 por mês. Nessa medida, um professor com apenas uma cadeira de 20 horas semanais, a reposição proposta equivale somente a R$ 74,70. Já para um docente com cadeira de 60 horas por aula, o reajuste seria de R$ 224,11 – um valor quase R$ 100 a menos que a média mensal de uma cesta básica, em Manaus.

Para os policiais militares, o governador concedeu 8% e ainda vai parcelar outros 22%. Na tentativa de ludibriar os professores, segundo os docentes, ele ofereceu ainda como ganho uma taxa de 10% do abono mensal do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), além de um repasse excedente de receita no contracheque, de 11,5% ao ano – o que, em ganhos percentuais somados, daria 26%.

No entanto, os professores classificam esse total percentual como enganoso, uma vez que o abono mensal do Fundeb – que para um professor de 40 horas por aula, daria R$ 326,94 – tem um prazo para cessar e, por outro lado, ele não entra na conta da aposentadoria.

Outro questionamento da categoria é em relação ao tal excedente de receita no contracheque. O tal benefício agregado é classificado como um “gatilho” para corrigir perdas salariais. Isso se explica pelo fato de os 11,5% ao ano corresponder a apenas 0,96% ao mês.

Nessa conta, no contracheque do docente, entra apenas R$ 31,33 mensais, ou seja, pouco mais do cartão “Direito a Vida”, que Amazonino criou quando governador, em meados dos anos 1990.

No ano passado, como o governador interino do Amazonas, David Almeida abriu a caixa preta dos recursos da educação do Estado. Nela, ele viu que os professores e pedagogos da ativa, da rede estadual de ensino, tinham direito ao recurso do Fundeb da ordem de R$ 246 milhões.

Conforme a assessoria do parlamentar, David pagou duas parcelas em setembro de 2017, que garantiu na conta da categoria um abono de até R$ 21 mil. Só não pagou todas as quatro parcelas para não ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal. Porém, antes de sair do governo, o deputado estadual deixou encaminhado o pagamento das duas últimas parcelas, com recurso em caixa.

*Com informações da assessoria

Deixe um comentário