“Complexo de vira-lata” é uma expressão criada pelo dramaturgo e escritor brasileiro Nelson Rodrigues, a qual originalmente se referia ao […]
Complexo de Vira-Latas: sentimento de inferioridade começou no período de colonização
“Complexo de vira-lata” é uma expressão criada pelo dramaturgo e escritor brasileiro Nelson Rodrigues, a qual originalmente se referia ao trauma sofrido pelos brasileiros em 1950, quando a Seleção Brasileira foi derrotada pela Seleção Uruguaia de Futebol na final da Copa do Mundo em pleno Maracanã.
O preconceito difundido e absorvidos pela classe média brasileira gera uma inferiorização da nação. “Tudo o que é de fora é melhor”, “aqui nada pode dar certo”, são alguns dos pensamentos do indivíduo do chamado Complexo de Vira-latas. A expressão ganhou o mundo, perdura no tempo e, hoje, os brasileiros são vistos como seres menores em qualquer lugar do planeta. A manifestação do “complexo de vira-lata” é diariamente reforçada pelos próprios brasileiros, até mesmo em comentários de altas autoridades, através das expressões: “esse país”; “neste país”, as quais criam a ideia subjetiva de que o autor do comentário aqui está de passagem, não pertence ao país, conhece e vive em outro. Se alguém diz: “Este lugar não é bom”, concluímos que este alguém conhece outros lugares, viveu ou vive em outros lugares, pois não é possível se fazer comparações sem possuir um parâmetro.
E trazendo a ideia desse complexo, vem à tona aquele desenho dos anos 80, você se lembra do desenho animado Lippy & Hardy? Ixii, agora vou denunciar a minha idade, mas tudo bem. Se você tem mais de 30 anos deve lembrar destes personagens ou dessa famosa frase: “Oh céus, oh vida, oh azar, isso não vai dar certo!” Não sabe do que estou falando? Vai lá no Google que ele te explica. Lippy é um leão com muita iniciativa. Está o tempo todo bolando planos para se dar bem. Hardy é uma hiena, companheira de Lippy. Pessimista, sempre pra baixo. Nunca acredita que terá sucesso e repete constantemente a frase: “Oh céus! Oh vida! Oh azar! Isso nunca vai dar certo!”. Muito bem, esse complexo de inferioridade desestabiliza muita coisa na vida de um ser humano. Tá na hora de parar de falar mal de você mesmo, tá na hora de parar de se autossabotar, pare de ser Hardy e passe a ser o Lippy o leão que estar sempre de cabeça levantada.
Pare de cascaviar as latas das ruas da cidade como um vira-lata faz, ou seja, tudo que for sujo deve ser deixado no lixo, deixe o passado pra trás, comece a viver uma nova vida. Saia da sua rotina, faça coisas novas, não fique na mesmice. Dê valor aos pequenos detalhes da vida, saia com os amigos, não se tranque na escuridão, saia nem que seja pra dá uma volta no calçadão.
O sentido da vida segundo Viktor Frankl reside em encontrar um propósito, em assumir uma responsabilidade para conosco e para com o próprio ser humano. Assim, tendo claro um “porquê” poderemos enfrentar todos os “comos”. Apenas nos sentido livres e seguros do objetivo que nos motiva, seremos capazes de gerar mudanças para criar uma realidade muito mais nobre. Por isso vá ser feliz onde você estar, em sua casa, no seu trabalho, na sua igreja etc.
70% porcentos dos brasileiros estão vivendo esse complexo há anos! Perderam a esperança no país e em si mesmo, porque acham que tudo que é brasileiro não é valioso, até que diz que nosso idioma é o pior. Saia da lixeira, existem locais melhores, pare de ser pessimista, isso não é profissão! O nosso país esta vivendo uma depressão e a nossas famílias está junto nessa. Mas o por que o brasileiro está tão deprimido e vive nesse complexo de vira-latas? A ideia de que o povo brasileiro é inferior a outros ou “degenerado” não é nova e data pelo menos do século XIX, quando o conde francês Arthur de Gobineau desembarcou em 1845 no Rio de Janeiro e chamou os cariocas de “verdadeiros macacos”.
Nas décadas de 1920 e 1930, várias correntes de pensamento digladiavam-se quanto a origem desta suposta inferioridade. Alguns, como Nina Rodrigues Oliveira Viana e Monteiro Lobato proclamavam que a miscigenação era a raiz de todos os males e que a raça branca era superior às demais. Outros, como Roquette-Pinto, afirmavam que a inferioridade era um problema de ignorância, não de miscigenação (tese recuperada recentemente por Humberto Mariotti). Manuel Bomfim também foi um notável contestador dessa tese em seu livro A América Latina: Males de Origem.
Em 1903, Monteiro Lobato revela-se profundamente pessimista com o potencial do povo brasileiro, por ele assim definido:
“O Brasil, filho de pais inferiores – destituídos desses caracteres fortíssimos que imprimem – um cunho inconfundível em certos indivíduos, como acontece com o alemão, com o inglês, cresceu tristemente – dando como resultado um tipo imprestável, incapaz de continuar a se desenvolver sem o concurso vivificador do sangue de alguma raça original.” |
Acredite que a nossa sina pode ser mudada com dias melhores, com uma revira-volta na sua vida em nosso país. Acredite na esperança porque de certo é a “última que morre”. Para de se lamentar, ainda não é o fim de tudo. Somos brasileiros e nunca desistimos de nossas vidas, “todos juntos pelo mesmo ideal”.
Dê a sua opinião porque somos tão inferiores aos outros
Que me contar sua história? Escreva para sosdepressao.superacao@gmail.com
Elias Moura
Psicanalista e teólogo
Um pensamento sobre "Complexo de Vira-Latas: sentimento de inferioridade começou no período de colonização"
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Bem isso mesmo..ótima materia