O governo de Nicolás Maduro iniciou uma ampla mobilização militar e o treinamento de civis para combate. A medida ocorre […]

(Foto: Reprodução/Força Aérea Venezuelana)

Venezuela mobiliza civis e militares em meio à presença dos EUA no Caribe

O governo de Nicolás Maduro iniciou uma ampla mobilização militar e o treinamento de civis para combate. A medida ocorre em meio à presença de navios e caças dos Estados Unidos no Caribe, que, segundo Washington, participam de uma operação contra o tráfico de drogas.

O regime chavista ativou novas zonas de defesa e orientou os venezuelanos a “se prepararem para o pior”. O ministro da Defesa, Vladimir Padrino López, afirmou que o país enfrenta uma “grave ameaça” e pediu união no esforço “patriótico” de defesa.

Imagens de civis armados e realizando treinamentos foram exibidas pela TV estatal. Para analistas, Maduro tenta demonstrar força e coesão diante do aumento das tensões com os EUA, que já deixaram dezenas de mortos em ataques a embarcações suspeitas.

“Esses sistemas nunca foram projetados para impedir uma intervenção dos EUA”, disse o pesquisador Andrei Serbin Pont ao The New York Times. Segundo ele, o discurso de defesa nacional serve mais para consolidar apoio político do que para uma preparação real.

Forças armadas e apoio russo

As Forças Armadas Nacionais Bolivarianas (FANB) são um dos pilares do chavismo. Desde Hugo Chávez, a Venezuela investe em armamentos russos como tanques T-72, mísseis S-300 e rifles Kalashnikov.

Atualmente, o país tem cerca de 123 mil militares ativos, segundo o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS). No ranking do Global Fire Power, ocupa a 50ª posição mundial, atrás de Brasil e Colômbia.

Mesmo com o arsenal russo, especialistas apontam limitações graves. A crise econômica, a falta de peças e o êxodo de militares reduziram a capacidade operacional das forças ao longo dos anos.

Caças russos e americanos

A Aviação Militar, liderada pelo major-general Lenín Ramírez Villasmil, é considerada a mais tecnológica da FANB. O destaque são os caças russos Sukhoi Su-30MK2, usados em sobrevoos recentes sobre o litoral em resposta à frota dos EUA no Caribe.

A frota também inclui caças norte-americanos F-16, comprados nos anos 1980, quando Caracas mantinha boas relações com Washington. Hoje, apenas quatro permanecem operacionais por falta de peças após as sanções impostas pelos EUA.

Defesa aérea e poder naval

A Venezuela mantém um sistema de defesa aérea robusto, com 12 baterias de mísseis S-300, 9 sistemas Buk, 44 Pechora e lançadores Igla-S, todos de origem russa.

Já a Armada Bolivariana, comandada pelo almirante Ashraf Suleimán Gutiérrez, é vista como o elo mais fraco. Possui uma fragata, um submarino e nove navios de patrulha oceânica, muitos deles com sistemas defasados.

Especialistas afirmam que parte da frota recebeu mísseis chilenos e iranianos, mas ainda carece de tecnologia moderna para defesa efetiva.

(*) D24Am

Deixe um comentário