“Vão construir uma ponte para que as pessoas passem por cima do corpo do meu avô?”, essa é a indignação […]

Uma semana após o desabamento de ponte na BR-319, família de homem desaparecido ainda busca notícias

“Vão construir uma ponte para que as pessoas passem por cima do corpo do meu avô?”, essa é a indignação da família, na fala da neta de João Nascimento Fernandes, o último desaparecido do desabamento da ponte sobre o Rio Curuçá, na BR-319, há quase uma semana. O Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM) continua realizando buscas.

Ainda segundo a neta do desaparecido, Ana Beatriz, a família está todos os dias no local da tragédia, mas só conseguiram informações quando foram até a sede do órgão federal, o que definiu como inaceitável, já que a família até o momento, ainda não conseguiu viver o luto.

“Nos falaram que todos os dias eles estão tendo reuniões e o nome do meu avô está sempre sendo pauta. Disseram que os cabos já chegaram mas não sabemos se isso procede. Já ouvimos dos bombeiros que é muita teoria da parte deles (DNIT), na prática nada é feito”, acrescentou.

Ainda segundo a familiar de João Nascimento, foi repassado que será necessário um guindaste e máquinas mais pesadas para que seja feita a remoção das placas de concreto da ponte e a carreta que ainda está submersa.

“Então é necessário mexer tudo aqui (local da tragédia), e para mexer, é necessário os equipamentos e para esses equipamentos chegarem, é necessário que o DNIT faça o que precise ser feito. Já faz uma semana e nada. Somos uma família desesperada”, disse insatisfeita.

Sobre o possível anúncio da construção de uma ponte temporária, no KM 25 da BR-319, Ana Beatriz desabafou sobre os dias difíceis que a família tem passado e que não irão permitir qualquer tipo de paralisação das buscas pelo seu avô.

“Quanto mais teremos que lutar para que seja garantido o direito da família de viver o luto? Ainda não conseguimos desabar, estamos em luta. Estamos todos os dias no local e o trabalho é lento demais. O trabalho deles está focado apenas na construção dessa nova ponte, na travessia, e meu avô? Eles dizem que as buscas não vão parar e nós realmente não vamos deixar isso acontecer”, finalizou.

A reportagem de A CRÍTICA entrou em contato com o DNIT, a Prefeitura do Careiro da Várzea e o Governo do Amazonas, questionando sobre uma possível intensificação das buscas e aguarda retorno para incluir nota oficial neste material.

Com informações: A Crítica

Deixe um comentário