No mesmo dia em que prorrogou por mais 90 dias a trégua tarifária com a China, o ex-presidente americano Donald […]

(Imagem: Getty Images)

Trump quer que China quadriplique compra de soja dos EUA, ameaçando mercado brasileiro

No mesmo dia em que prorrogou por mais 90 dias a trégua tarifária com a China, o ex-presidente americano Donald Trump colocou uma nova exigência nas negociações comerciais: que Pequim quadriplique as importações de soja dos Estados Unidos para reduzir o superávit chinês e fortalecer sua base eleitoral entre produtores rurais.

Hoje, cerca de 20% da soja consumida pela China vem dos EUA, metade do volume registrado em 2016, antes da guerra comercial iniciada no primeiro mandato de Trump. Para atingir a meta, o país asiático teria de reduzir compras de outros fornecedores, principalmente o Brasil, que em 2024 exportou 74,7 milhões de toneladas para os chineses, faturando US$ 36,5 bilhões.

Se a China ampliar fortemente as compras dos americanos, sobrará menos espaço para a soja brasileira no maior mercado do mundo, afetando o superávit comercial e a balança agrícola do país. Para igualar o volume do Brasil, os EUA precisariam vender quase quatro vezes mais que no ano passado, quando embarcaram 22,1 milhões de toneladas.

A ofensiva pode gerar um “fogo cruzado” para o Brasil, que corre o risco de perder espaço no mercado chinês e, ao mesmo tempo, enfrentar barreiras maiores para exportar aos Estados Unidos.

Enquanto isso, as relações Brasil-EUA enfrentam desgaste, evidenciado pelo cancelamento, a apenas 12 horas do horário marcado, de uma reunião virtual entre o ministro Fernando Haddad e o secretário do Tesouro americano. Já com a China, o clima segue positivo: na noite de ontem, o presidente Lula conversou por telefone com Xi Jinping sobre acordos bilaterais e novos negócios.

(*) Com informações: The News

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