O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (23) um novo posicionamento comercial: só haverá redução de tarifas […]

Trump impõe nova política comercial e amplia pressão sobre o Brasil
O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (23) um novo posicionamento comercial: só haverá redução de tarifas para países que aceitarem abrir seus mercados aos produtos norte-americanos. A declaração foi feita por meio da plataforma Truth Social, após o fechamento de um acordo com o Japão que reduziu as tarifas de 25% para 15%. Como contrapartida, o país asiático ampliará significativamente as importações de bens e produtos dos EUA, incluindo carros, caminhões, arroz e itens agrícolas.
Segundo Trump, o pacto representa uma conquista histórica para os EUA. Ele afirmou que o Japão, pela primeira vez, está verdadeiramente abrindo seu mercado, o que, na visão dele, trará benefícios diretos à economia americana, como aumento da renda, geração de empregos e retorno da manufatura ao país. O acordo também prevê investimentos japoneses estimados em US$ 550 bilhões nos Estados Unidos — 90% desse valor deverá ser direcionado diretamente ao governo norte-americano.
“Os mercados do Japão estão abertos (pela primeira vez). Os negócios nos EUA vão crescer”, escreveu o ex-presidente, reforçando que o sucesso do acordo só foi possível graças à pressão gerada pelas tarifas comerciais. Para Trump, manter tarifas elevadas é uma estratégia eficaz de negociação: “Só reduzirei as tarifas se um país concordar em abrir seu mercado. Caso contrário, tarifas muito altas!”.
Esse reposicionamento marca uma guinada em relação ao momento em que Trump começou a recuar na guerra tarifária. Recentemente, após reunião com o presidente das Filipinas, Ferdinand Marcos, a alíquota sobre produtos filipinos caiu de 20% para 19%. A mesma lógica foi aplicada à Indonésia, que teve sua taxa reduzida de 32% para 19%. Ainda assim, o Brasil segue fora da lista de possíveis parceiros beneficiados.
Pelo contrário, o país foi um dos mais afetados pelas novas sanções comerciais impostas por Trump. Desde a última semana, os EUA vêm notificando oficialmente diversos países sobre a aplicação de tarifas unilaterais. No dia 19 de julho, México e União Europeia também foram atingidos, assim como membros do grupo Brics. No caso do Brasil, a taxação subiu para 50% — a mais alta aplicada até agora. A medida veio logo após um discurso do presidente Lula, no dia 9 de julho, o que levantou suspeitas de retaliação política.
Já Rússia e China enfrentam pressões ainda maiores: Moscou foi ameaçada com tarifas de até 100%, e Pequim, que inicialmente sofreu com sanções de 140%, conseguiu reduzir temporariamente o impacto para 30% após negociações. Em resposta à nova onda de sanções, o governo brasileiro tem protestado e busca diálogo com os Estados Unidos, defendendo a soberania nacional, mas também tentando preservar o comércio bilateral.
O cenário atual indica que a política comercial de Trump segue baseada na reciprocidade e na imposição de tarifas como ferramenta de barganha. Para os países que se mostram dispostos a abrir seus mercados, há a promessa de vantagens. Aos que resistem, o recado do ex-presidente é claro: “tarifas muito altas!”.
(*) Com informações: Metrópoles