Serra do Imeri revela nova espécie de sapo na floresta amazônica

Uma expedição científica realizada em novembro de 2022 identificou Neblinaphryne imeri, uma espécie de sapo até então desconhecida da ciência. A busca ocorreu na isolada cadeia de montanhas da Serra do Imeri, região de difícil acesso na fronteira entre o Amazonas (Brasil) e a Venezuela.

Os pesquisadores permaneceram por 12 dias acampados a cerca de 1.900 m de altitude. Durante quatro dos quais, ouviram um canto peculiar e não catalogado — foi esse som que levou à captura do primeiro exemplar do animal.

Após coletar exemplares que variam de 1,5 cm a 2 cm de comprimento, e realizar análises morfológicas e genéticas ao longo de quase dois anos, o grupo concluiu que se tratava de uma espécie inédita. O estudo foi publicado em 25 de setembro de 2024 na revista Zootaxa, com participação de cientistas da USP, do CRBE (França) e da Universidade Autónoma de Madri.

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Apesar da hipótese inicial de que fosse do gênero Adelophryne, investigações posteriores revelaram que sua parente mais próxima é Neblinaphryne mayeri, descoberta em 2017 no Pico da Neblina, cerca de 80 km a oeste. Assim, o nome escolhido, Neblinaphryne imeri, homenageia sua localização geográfica.

No total, foram registradas mais de 260 espécies de fauna e flora durante a expedição, muitas delas possivelmente novas para a ciência — mas Neblinaphryne imeri foi a primeira a ter sua descrição formal publicada.

Essa descoberta ressalta a enorme riqueza biológica ainda não mapeada na Amazônia e a necessidade de proteger áreas remotas que podem abrigar espécies únicas.

(*) Com informações: Portal Amazônia