Por Capitão Péricles  Quando falamos em segurança pública, é comum pensarmos em policiamento ostensivo, investigações complexas e ações de repressão […]

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Segurança começa em casa: o papel da família na prevenção da criminalidade

Por Capitão Péricles 

Quando falamos em segurança pública, é comum pensarmos em policiamento ostensivo, investigações complexas e ações de repressão ao crime. No entanto, a raiz da segurança vai muito além da presença policial nas ruas: ela começa dentro de casa, no convívio familiar e na formação de valores desde a infância.

O ambiente familiar exerce influência direta no comportamento juvenil. É nele que a criança aprende — ou deixa de aprender — conceitos como respeito, responsabilidade, empatia e obediência às regras. Lares marcados por afeto, diálogo e limites claros tendem a formar jovens mais preparados para lidar com frustrações e menos propensos a adotar comportamentos de risco.

A ausência de acompanhamento e a negligência dos pais ou responsáveis abrem espaço para que outros “educadores” assumam o papel: a rua, más companhias e, cada vez mais, o ambiente digital sem supervisão. É nesse vazio que ideias distorcidas, conteúdos violentos e até o aliciamento para o crime encontram terreno fértil.

Não se trata de isentar o Estado de sua responsabilidade em oferecer educação de qualidade, oportunidades de lazer e políticas de proteção social. Porém, a família é a primeira barreira contra a criminalidade e, ao mesmo tempo, o primeiro porto seguro para o jovem. Quando essa base é sólida, o trabalho da polícia e das instituições de ensino se torna mais eficaz.

Educar não é apenas prover alimento e abrigo. É acompanhar o rendimento escolar, conhecer os amigos, estabelecer regras para o uso da internet e, principalmente, dar o exemplo. O jovem observa mais do que ouve, e a coerência entre discurso e prática é o que fortalece a autoridade moral dos pais.

A prevenção da criminalidade é um esforço coletivo, mas começa com atitudes simples dentro de cada lar. Segurança não é apenas a ausência de crime nas ruas — é a presença constante de valores dentro de casa. E essa é uma missão que nenhuma lei ou policiamento pode substituir.

*Capitão Péricles é Bacharel em Direito, Capitão da PMAM e Especialista em Segurança Pública.

 

**Os textos (artigos, crônicas) aqui publicados não refletem necessariamente a opinião da Div Agência de Comunicação – Portal do Minuto.

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