A manchete que mais ganhou os noticiários na semana passada, sem dúvidas, foi a declaração da ministra de Direitos Humanos, […]
Respeite quem paga o salário de vocês!
A manchete que mais ganhou os noticiários na semana passada, sem dúvidas, foi a declaração da ministra de Direitos Humanos, Luscinda Valois, que protocolou um requerimento pedindo um aumento abusivo de salário, reclamando que R$ 33,7 mil é muito pouco se comparado ao trabalho “escravo” que ela realiza.nnO que mais me chamou a atenção neste assunto, até então, é que Valois – como desembargadora aposentada – tem conhecimento das leis e sabe que existe um teto salarial no qual ela mesma já se encontra inclusa, visto que ela ganha o mesmo salário de um ministro do Supremo. O pior de tudo, aproveitando a deixa, foram suas justificativas para exigir um salário de R$ 61 mil por mês, ao queixar-se de que precisa se vestir elegantemente com roupas sociais e usar bastante maquiagem para o exercício da função, o que tornou sua declaração e exigência ainda mais esdrúxula.nnTambém tivemos o caso do deputado federal da Paraíba, André Amaral (PMDB-PB), que pediu autorização da presidência da Câmara para viajar a Portugal – com todas as despesas pagas pela casa – e ainda, de quebra, assistir a um torneio de Kart. Parece até brincadeira, né, meu caro leitor? Mas, infelizmente, esta é a verdade… E o mais revoltante, nas duas situações, são as justificativas de ambos com suas declarações sem contexto, esnobes (e porque não dizer também, bizarras!).nnNo caso do deputado, ele até publicou um vídeo onde se autodeclarava como principal interlocutor político para a “conquista” de levar o torneio ao município, situado na região metropolitana de João Pessoa. “Quem sabe, a Paraíba não pode produzir um campeão mundial de automobilismo?”, esta foi a declaração do deputado. Diante de tal repercussão, o vídeo foi retirado do ar logo em seguida, após seu pedido de ‘querer produzir um campeão mundial no automobilismo’ – sem ao menos incentivar o esporte na região – ter sido negado. Tal declaração de Amaral soa esnobe, como uma piada de mau gosto para com o povo paraibano.nnEntão, meus amigos, tomando esses dois casos como exemplo, vemos uma tremenda canalhice e falta de respeito para com o cidadão comum – que trabalha todos os dias, saindo de casa antes do sol nascer, pegando um ônibus lotado, voltando ao anoitecer em pé e cansado no mesmo ônibus lotado… Muitas vezes, o trabalhador ainda é roubado, ferido ou até morto por algum meliante que a própria Justiça protege e deixa solto para continuar amedrontando trabalhadores, que vivem com um salário mínimo para pagarem suas contas, suprirem as despesas de casa e tentar manter os filhos na escola. E quando sobra alguma coisa, talvez tire uma folga com a família, o que geralmente é difícil, já que é mais vantajoso usar a folga para fazer um bico em outro trabalho, ou mesmo fazer hora extra nos feriados para tentar aumentar a renda da família, por exemplo.nnComparar o trabalho de um ministro com o trabalho de um cidadão comum – que não goza das mesmas regalias, do qual a diferença salarial é gritante – nada mais é do que uma afronta à nação brasileira. Da mesma maneira que querer viajar para torneios em outros países com o dinheiro do contribuinte, isso nada mais é do que roubo!nnPortanto, eu tenho uma ideia para tentarmos resolver este problema juntos, meu caro leitor. Já que, para eles, o que estão ganhando ainda não está bom o suficiente, seria interessante que eles passassem pelo menos um ano recebendo um salário mínimo – assim como a maioria da população comum que vive de maneira honesta – sem nenhuma ajuda de custo, tirando do próprio bolso para pagar passagens, hospedagens e vestimentas, sem cartões corporativos e se consultando através do SUS, ou seja, sem qualquer tipo de ‘auxílio’ do dinheiro do contribuinte. Acredito que, desta forma, bastaria um ano para descobrirmos se esses ‘caras de pau’ ainda se dariam ao luxo de reclamar de um salário de R$ 33,7 mil por mês.nnRespeite quem paga o salário de vocês!