Manaus – Uma operação de reintegração de posse realizada nesta quinta-feira (18), na Avenida Flamboyant, Distrito Industrial de Manaus, foi […]

Reintegração de posse é suspensa no Distrito Industrial por falta de documento
Manaus – Uma operação de reintegração de posse realizada nesta quinta-feira (18), na Avenida Flamboyant, Distrito Industrial de Manaus, foi suspensa após a Polícia Militar constatar que a documentação apresentada pela Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA) estava desatualizada e, portanto, sem validade jurídica.
A ação começou às 8h e mobilizou viaturas da ROCAM (Ronda Ostensiva Cândido Mariano), do Batalhão Ambiental e retroescavadeiras, com o objetivo de remover cerca de 3 mil famílias que vivem na área de mata, identificada por uma placa como restrita e pertencente à SUFRAMA. No entanto, a ausência de um mandado judicial atualizado levou à interrupção da operação.
Segundo o cacique Roberto, da tribo munduruku e líder da comunidade “Nova Jerusalém” – como os moradores denominam o local –, policiais admitiram a intenção de demolir os barracos, mas foram questionados sobre o mandado. “Ele me disse que veio para derrubar os barracos e tirar os moradores, porque a área não é adequada para moradia devido à poluição das fábricas. Mas aqui nós só queremos uma moradia digna, temos famílias de brancos e indígenas. A operação só não aconteceu porque perguntei sobre o mandado de reintegração”, relatou em entrevista à TV A Crítica.
Representantes da SUFRAMA, que acompanhavam a ação, apresentaram um documento datado de 2006, considerado obsoleto pela própria Polícia Militar. Diante disso, as tropas se retiraram de forma pacífica. Procurada pela reportagem, a SUFRAMA ainda não se manifestou.
A Polícia Militar informou que a reintegração só poderá ocorrer mediante a apresentação de documentos atualizados. Já os moradores foram orientados a buscar meios legais para regularizar a posse da terra.
Próximos passos da comunidade
A comunidade “Nova Jerusalém”, formada por cerca de 2.500 famílias não indígenas e 150 famílias indígenas, comemorou a suspensão da operação. Agora, o grupo pretende acionar órgãos competentes para dar início ao processo de legalização da área.
“O que a gente quer é moradia digna. A gente não está aqui por lazer, estamos aqui por necessidade. Agora vamos correr atrás dos nossos direitos e da documentação para legalizar a terra”, afirmou um dos moradores.
(*) Com informações: A Crítica