Era uma tarde sombria em uma escola abandonada, envolta em silêncio e decadência. Os corredores vazios ressoavam com o eco […]
Quinta Misteriosa: O Reflexo Mortal
Era uma tarde sombria em uma escola abandonada, envolta em silêncio e decadência. Os corredores vazios ressoavam com o eco de passos solitários e o farfalhar de folhas secas. Os antigos murais de alunos felizes desbotavam, substituídos pela atmosfera macabra que pairava no ar.
Em uma sala de aula deserta, um grupo de adolescentes curiosos se reunia, atraídos pela lenda da Loira do Banheiro. Entre eles estava Sofia, uma garota corajosa que decidiu desafiar os limites do medo. Com lanternas tremeluzentes e corações acelerados, adentraram os corredores escuros em busca da mítica figura.
Chegaram ao banheiro abandonado, cujas portas enferrujadas rangiam ao serem empurradas. A escuridão abraçou o ambiente, interrompida apenas pela luz fraca das lanternas. O cheiro de mofo e abandono preenchia o ar, acrescentando um toque opressivo à atmosfera.
Sofia se aproximou do espelho, encarando seu reflexo com determinação. Sussurrou as palavras proibidas, evocando a presença da Loira do Banheiro. O ar se tornou denso, como se a energia do mal se agitasse ao redor deles. O silêncio foi quebrado por um sussurro suave que parecia vir de todos os cantos do banheiro.
Uma figura nebulosa começou a se formar no espelho, os contornos pálidos e cabelos loiros caindo sobre o rosto. Os olhos vazios e penetrantes pareciam perfurar a alma dos intrusos. O coração de Sofia acelerou, mas ela resistiu ao impulso de fugir.
A Loira do Banheiro emergiu lentamente do espelho, sua presença assombrando a todos. Um frio intenso tomou conta da sala, e o ar se tornou insuportavelmente gelado. Os amigos de Sofia, consumidos pelo terror, tentaram escapar, mas as portas se trancaram misteriosamente, prendendo-os dentro do banheiro.
A loira avançou, movendo-se com uma graça sobrenatural. Seus lábios abriram-se para revelar um sorriso sinistro, enquanto ela se aproximava de Sofia. A garota, com os olhos arregalados, notou um brilho malicioso em seu olhar. A Loira do Banheiro estendeu a mão esquelética e tocou o rosto de Sofia.Nesse instante, a realidade se desfez em uma espiral de trevas. Os amigos de Sofia desapareceram, assim como o banheiro e a escola abandonada. Ela estava agora em um mundo de pesadelo, aprisionada nos confins do espelho.
A voz da Loira do Banheiro sussurrou em seus ouvidos: “Você ousou me invocar. Agora, compartilharemos este destino eterno.”
Sofia gritou, mas suas palavras se perderam no vazio. Seu reflexo no espelho se contorceu em agonia, enquanto a Loira do Banheiro se afastava lentamente, deixando-a para trás, condenada a vagar pelo mundo das sombras.
A lenda da Loira do Banheiro continua a ecoar, advertindo os incautos sobre os perigos de brincar com o sobrenatural. Quem ousa desafiar essa figura sinistra pode se perder para sempre em um mundo de terror e desespero, preso no reflexo mortal.
Sid Sheldowt é Escritor, Poeta e Compositor Amazonense