Foi noticiado, na manhã desta terça-feira (20), que mais de 147 escolas no Estado – sendo 117 na capital e […]

Professores do AM ameaçam greve geral nesta quinta; educadores questionam representação do Sinteam

Foi noticiado, na manhã desta terça-feira (20), que mais de 147 escolas no Estado – sendo 117 na capital e 30 no interior – estão com aulas suspensas devido à paralisação dos professores. A categoria deve deflagrar greve geral nesta quinta-feira (22), durante manifestação em frente à sede do Governo do Estado, na zona oeste de Manaus.

Os profissionais da educação reivindicam 30% de reajuste salarial e mais 5% de aumento real de salário, totalizando um índice de 35%. Na última sexta (16), o governador Amazonino Mendes ofereceu uma contraproposta de 4,57%, proposta devidamente rechaçada pela categoria.

Além de tais reivindicações, eles denunciam que as condições de trabalho oferecidas pelo Estado são precárias. De acordo com relatos de um professor, que não quis se identificar, a falta de tinta para pincéis é uma rotina. Por vezes, os trabalhadores tiram dinheiro do próprio bolso para comprar o material e, assim, ter o mínimo de condição para dar aula.

Outras dificuldades encontradas consiste em salas com superlotação e laboratórios que não funcionam por falta de materiais. Conforme alguns educadores, muitas escolas só têm à disposição cadeiras e um quadro branco, evidenciando o total descaso do governo com a educação no Estado.

 

 

Foto: Divulgação

A luta por direitos é uma constante, algo infindável que permeia a história da humanidade, onde todos – do mais pobre ao mais rico, sendo governo ou um simples trabalhador de chão de fábrica – participam, pois trata-se de um interesse coletivo. Para Rudolf Von Ihering, autor da obra, A Luta Pelo Direito,  “o fim do direito é a paz, o meio de que se serve para consegui-lo é a luta”.

Na perspectiva do pensamento de Ihering, observamos nos últimos dias os valorosos profissionais da educação ganharem as ruas para reivindicar reajustes necessários e pontuais. Salário, data base e plano de saúde são as principais reivindicações da pauta que levaram centenas de professores do Estado a paralisarem as atividades na segunda-feira (19). A categoria deu início à paralisação de advertência nas unidades educacionais da capital amazonense, protestando contra a falta de reajuste salarial e a desvalorização do professor e de outras categorias.

Foto: Divulgação

Sinteam

A categoria também mostra descrédito com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (Sinteam). Para os profissionais, o sindicato mantém relações suspeitas com o governo e não lhes dá suporte necessário. Segundo relatos, o Sinteam vem dificultando o andamento das manifestações.

Ainda conforme os professores, o sindicato desmarcou uma reunião – que aconteceria na tarde dessa terça – no Centro Educacional de Tempo Integral Áurea Braga, situado na avenida Brasil, próximo à sede do Governo, bairro Compensa, zona oeste da cidade. Porém, mudaram o local do evento para a Escola Estadual Petrônio Portela, localizada na avenida Bartolomeu Bueno da Silva, bairro Dom Pedro II, zona centro-oeste.

De acordo com o representante do Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus (Asprom-Sindical), Lambert Melo, coordenador financeiro da Asprom-Sindical, o governo precisa negociar as reivindicações da categoria com o comando de greve.

“Infelizmente o Governo continua cometendo um erro gravíssimo. Eles insistem em negociar as demandas com o Sinteam, mas a categoria não reconhece este sindicato. Queremos que o governador seja sensível e apresente propostas. Podemos evitar a greve, depende apenas do governador”, comentou Melo.

Para muitos professores, o Sinteam já não é mais a representatividade da classe, pois acreditam que o sindicato está com interesses meramente políticos.

 

Foto: Winnetou Almeida

Manifestação

Na manhã desta quarta-feira (21), professores vestidos de preto e carregando um caixão que simbolizava  ”luto pela morte da educação”, realizaram uma manifestação em frente à Secretaria de Estado e Educação (Seduc), situada na rua Waldomiro Lustoza, bairro Japiim 2, zona sul.

O ato desta manhã faz parte de uma sequência de manifestações realizadas desde a semana passada, onde a classe reivindica reajuste salarial e manutenção do plano de saúde e vale-alimentação.

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