O professor de jiu-jítsu José Carlos Menezes Correa Júnior, conhecido como “Júnior Pionga”, 31 anos, foi preso por policiais da […]

Professor de jiu-jítsu é preso por estupro de vulnerável e perseguição a alunas em Novo Airão
O professor de jiu-jítsu José Carlos Menezes Correa Júnior, conhecido como “Júnior Pionga”, 31 anos, foi preso por policiais da 77ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Novo Airão (a 115 quilômetros de Manaus), por crimes contra alunas do município.
A prisão de Júnior Pionga ocorreu na terça-feira (25), com o apoio da Polícia Militar. De acordo com o delegado Rodrigo Monfroni, o professor é investigado por estupro de vulnerável contra duas vítimas de 11 e 13 anos. As meninas eram alunas do projeto de jiu-jítsu dele.
Conforme o delegado, o professor também foi indiciado por perseguição majorada contra crianças e adolescentes, coação no curso do processo e constrangimento ilegal com uso de arma de fogo contra testemunhas.
As investigações tiveram início após denúncias indicando que “Júnior Pionga” estaria aliciando suas alunas menores de idade por meio de mensagens com solicitações inapropriadas e insinuações de cunho sexual, além da divulgação de prints dessas conversas.
Conforme Monfroni, em janeiro de 2024, a gestora de mídias do projeto social de jiu-jítsu formalizou um Boletim de Ocorrência (BO) contra o suspeito, após acessar conversas em redes sociais que confirmavam o aliciamento das menores.
Durante as investigações, foi descoberto que ele já respondia a dois crimes de estupro. Os casos se encontram em fase de instrução.
Duas professoras foram convocadas para depor e relataram que foram expulsas do projeto após denunciarem o comportamento inadequado do professor em relação às alunas.
Outras testemunhas também foram ouvidas, incluindo uma adolescente de 13 anos, que relatou ter recebido mensagens com conteúdo sexual e ter sido tocada inadequadamente durante os treinos.
Em fevereiro deste ano, a mãe da vítima de 11 anos revelou que foi coagida a retirar a queixa contra o professor. Ela contou que foi abordada por dois homens armados que a agrediram e disseram: “Se acontecer algo com Júnior Pionga, o recado já está dado.” Dez dias depois, seu filho de 17 anos foi agredido em via pública como forma de retaliação.
De acordo com Monfroni, a conduta do indiciado demonstra um padrão sistemático de abuso e intimidação. A criança de 11 anos confirmou que ele enviou fotos nuas para seu celular, acompanhadas de ameaças: “Sou faixa preta, posso te quebrar na rua. Ninguém vai acreditar em você.”
Conforme o delegado, esse comportamento se estendeu a outra adolescente de 13 anos, conforme revelado pela gestora de mídias que acessou as conversas explícitas nas quais o indiciado solicitava fotos íntimas das vítimas.
Além disso, uma colaboradora do projeto informou ter sido expulsa após denunciar publicamente o comportamento inadequado de “Júnior Pionga”.
“Isso evidencia não apenas a exploração das menores, mas também tentativas de silenciar testemunhas e perpetuar a impunidade”, disse o delegado.
Após a divulgação dos prints das conversas, o indiciado convocou uma reunião com os pais dos alunos na academia e constrangeu a mãe da vítima de 11 anos a afirmar que a denúncia havia sido resolvida.
Como consequência dos graves atos cometidos pelo professor, consta no processo que a filha da mulher mencionada tentou suicídio após a repercussão do caso e por ter sido alvo de piadas e comentários ofensivos por parte dos demais alunos do projeto.
Com base em todos os elementos colhidos, foi solicitada à Justiça a prisão preventiva do suspeito, e a ordem judicial foi expedida. Ele foi localizado e preso.
Júnior Pionga responderá pelos crimes de estupro de vulnerável, perseguição majorada contra crianças e adolescentes, coação no curso do processo e constrangimento ilegal com uso de arma de fogo.
Com informações: A Crítica