Para além dos fundamentos jurídicos que embasam a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, a decisão do ministro Alexandre de […]

Foto: Agência EFE

Prisão de Bolsonaro complica negociações comerciais entre Brasil e EUA

Para além dos fundamentos jurídicos que embasam a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro, a decisão do ministro Alexandre de Moraes, anunciada nesta segunda-feira (5), adiciona um novo elemento de tensão nas relações entre Brasil e Estados Unidos. Tanto no governo quanto entre aliados de Bolsonaro, há consenso de que as negociações para tentar reduzir as tarifas de 50% impostas a setores estratégicos da economia brasileira ficaram ainda mais delicadas.

Nos bastidores, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin, vinham tentando blindar o processo de negociação comercial com o governo Trump do embate político envolvendo o ex-presidente. A ideia era que as conversas com a Casa Branca fossem conduzidas exclusivamente por Haddad e Alckmin, enquanto o presidente Lula se concentraria nas questões políticas.

Com a reação do Escritório do Departamento de Estado dos EUA para Assuntos do Hemisfério Ocidental — que publicou nas redes sociais a frase “Deixem Bolsonaro falar!” — o plano original se fragilizou. O tom adotado pelos norte-americanos ultrapassou a esfera comercial e pode influenciar diretamente no ambiente das negociações.

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Haddad terá agora o desafio de impedir que a prisão de Bolsonaro contamine o diálogo com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent. Segundo aliados do ministro, há interesse do governo dos EUA em usar o cenário político como instrumento de pressão nas negociações.

Após semanas de articulação para abrir esse canal com o Tesouro, Haddad ainda espera realizar uma conversa direta nos próximos dias. Em entrevista à BandNewsTV nesta segunda-feira, o ministro afirmou que pretende explicar a Bessent como funciona o sistema judicial brasileiro.

Mesmo com a tensão crescente, o foco principal segue inalterado: buscar um acordo que alivie o impacto das tarifas sobre a economia brasileira, já pressionada por medidas que afetam diversos setores produtivos.

(*) Com informações: CNN Brasil

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