A Polícia Civil está investigando a morte de uma adolescente de 14 anos em um baile funk, ocorrido no feriado […]

PC investiga morte de adolescente de 14 anos em baile funk em Caçapava, interior de São Paulo

A Polícia Civil está investigando a morte de uma adolescente de 14 anos em um baile funk, ocorrido no feriado de Páscoa em Caçapava, interior de São Paulo. Segundo a polícia, Fernanda Alves foi socorrida com sintomas de overdose, supostamente causados pelo uso de entorpecentes. Na ocasião, a adolescente não resistiu e morreu na festa, na madrugada da última sexta-feira (30).

O fato aconteceu no bairro Tataúba, em uma chácara alugada para o evento. O baile era divulgado nas redes sociais como ‘Baile do Jhoow’ – no flyer na internet, as mulheres podiam entrar de graça e os homens pagavam o valor de R$ 15, com whisky liberado a noite toda.

Ainda conforme a polícia, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionado, por volta de 1h, para a socorrer a adolescente que, segundo testemunhas, não estava respirando. A vítima espumava pela boca e apresentava sinais de sufocamento e parada cardíaca, sintomas associados à overdose.

Além disso, uma amiga de Fernanda – que participava da festa – relatou à polícia, em depoimento, que ela teria consumido entorpecentes antes de passar mal.

“Em depoimento, essa amiga disse que as drogas que a vítima mais utilizava eram cocaína e lança perfume. Pedimos um exame toxicológico para comprovar se essa foi a causa da morte”, afirmou Régis Germano, delegado responsável pelo caso.

Negligência

O caso foi registrado como morte suspeita e a polícia que saber se houve negligência por parte dos organizadores do evento, já que o acesso da adolescente, menor de 18 anos, foi permitido. Segundo a Prefeitura de Caçapava, o evento era particular e que, portanto, não seria necessária autorização para ocorrer. Nenhum pedido foi feito à administração municipal.

“Queremos saber se houve socorro, já que não tinha suporte para atendimento lá. O Samu foi no local, mas impedido de manter a área isolada. Teve que deslocar o corpo da vítima morta por causa da organização, que atrapalhou o trabalho da perícia”, explicou Germano.

O organizador do evento negou a suposta responsabilidade. A vítima estava sem documentos e, para identificá-la, a Polícia Civil divulgou fotos das tatuagens da adolescente – ela tinha cerca de 15, inclusive, o desenho de um revólver no rosto.

Após a divulgação das imagens na web, a vítima foi reconhecida pelo ex-namorado, que entrou em contato com a polícia. A menina era moradora da Vila São Bento.

A mãe da jovem, Ivete Silva, fez o reconhecimento do corpo e prestou depoimento na tarde da última segunda-feira (02).

Outro lado

Por telefone, o suposto responsável pelo evento, Jonathan Wallace, de 25 anos, informou que não sabia da morte até esta segunda e justificou que não era um evento comercial. “A festa era um churrasco entre amigos e acabou aglomerando um grupo de pessoas por causa do som alto”, disse. Ele negou qualquer responsabilidade pela festa.

Apesar disso, a Polícia Civil informou que durante a investigação ele será intimado para prestar depoimento e que pode ser responsabilizado pelo ocorrido – já que o nome dele constava na divulgação da festa no Facebook e o apelido supostamente dava nome ao baile.

Avaliação

O promotor da Vara da Infância e Juventude de São José dos Campos, Fausto Junqueira, explicou que fornecer produtos ilícitos, como álcool e drogas para adolescentes, é um crime considerado grave pelo Estatuto da Criança e Adolescente.

“Independente da forma que é entregue ao adolescente ou se é deixado que ele consuma, sem que nada seja feito, é considerado grave. O crime tem pena de 2 a 4 anos de detenção. Estamos com um projeto de desmantelar festas frequentadas por adolescentes”, disse.

Ainda segundo ele, a família da jovem também pode ser responsabilizada pela morte. “Dependendo das eventuais negligências encontradas pela polícia, a família pode até responder por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), caso pudesse ter evitado”, afirmou.

A conselheira tutelar Neci Barroso Araújo, disse que qualquer situação de eventual vulnerabilidade de crianças e adolescentes deve ser denunciada.

“É importante que qualquer pessoa que perceba que há violação do direito ou da dignidade de crianças e adolescentes, denuncie. Essas denúncias podem vir de parentes, da escola e até de vizinhos. Temos tido muitos problemas com adolescentes, já a partir dos 12 anos, que consomem drogas e, quando sabemos por essas denúncias, podemos agir ou ajudar a família na busca de uma solução”, disse ao G1.

*Com informações da fonte: Portal G1

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