A paralisia do sono é um distúrbio temporário, geralmente inofensivo, que pode causar grande desconforto e até medo. Caracteriza-se por […]

Imagem Ilustrativa

Paralisia do sono afeta mais de 2 milhões de pessoas no Brasil

A paralisia do sono é um distúrbio temporário, geralmente inofensivo, que pode causar grande desconforto e até medo. Caracteriza-se por uma sensação de incapacidade de mover o corpo ao acordar ou ao adormecer, geralmente acompanhada de alucinações e sensação de pressão no peito. Embora muitos indivíduos experienciem apenas episódios isolados, para algumas pessoas a paralisia do sono se torna um problema recorrente, afetando sua qualidade de vida. Mas o que exatamente causa essa condição e como é possível tratá-la? O neurologista Guilherme Bustamante, da Hapvida NotreDame Intermédica, explica o que é a paralisia do sono, como preveni-la e a relevância de seu diagnóstico.
 
O problema ocorre quando uma pessoa, ao acordar ou ao adormecer, se encontra consciente, mas incapaz de mover o corpo ou falar. Isso se dá porque, durante o sono REM (fase do sono com movimentos rápidos dos olhos), os músculos ficam temporariamente paralisados para evitar que o corpo se mova involuntariamente enquanto sonha. Quando a transição entre o sono REM e a vigília não ocorre de forma suave, o cérebro desperta antes que a paralisia muscular cesse, resultando no episódio de paralisia do sono.
 
Os sintomas mais comuns incluem incapacidade de se mover ou falar por alguns segundos ou minutos, sensação de pressão no peito ou dificuldade para respirar, alucinações visuais ou auditivas (muitas vezes assustadoras) e sensação de presença de uma “entidade” ou de estar sendo observada. Embora muitas pessoas experimentem paralisia do sono apenas ocasionalmente, para outras isso se torna uma condição crônica.
 
Fatores
Ela pode ser desencadeada por uma série de fatores, de acordo com Guilherme Bustamante, neurologista da Hapvida NotreDame Intermédica. Alguns dos principais fatores que aumentam o risco de episódios incluem: 
Distúrbios do sono: condições como a apneia do sono, narcolepsia (sonolência excessiva durante o dia) e insônia podem predispor o paciente à paralisia do sono, pois alteram os ciclos de sono e vigília;
Privação de sono: a falta de descanso adequado ou o sono interrompido de forma frequente pode prejudicar o ciclo normal do sono, facilitando a ocorrência desses episódios; 
Estresse e ansiedade: o estresse emocional pode causar alterações e aumentar a incidência de paralisia do sono, uma vez que interfere no relaxamento do corpo e na transição entre as fases do sono;
Irregularidade no horário de sono: mudanças frequentes na rotina de sono, como turnos de trabalho alternados ou viagens longas para fusos horários diferentes podem desorganizar os ciclos de sono e facilitar a ocorrência de paralisia; 
Uso de substâncias: o consumo excessivo de cafeína, álcool ou substâncias psicoativas pode impactar a qualidade do sono e contribuir para a doença
Distúrbios psiquiátricos: depressão, transtornos de ansiedade e transtornos bipolares podem aumentar a vulnerabilidade ao distúrbio do sono e à paralisia do sono.
 
Tratamento
Ainda que não haja um tratamento específico para a paralisia do sono em si, Bustamante explica que o tratamento está relacionado à gestão dos fatores que causam o distúrbio. Algumas abordagens incluem:
1. Tratamento das condições subjacentes: se a paralisia do sono for causada por uma condição como apneia do sono ou narcolepsia, o tratamento deve focar na melhoria dessas condições. O uso de um CPAP (máquina de pressão positiva contínua nas vias respiratórias) pode ser indicado para pacientes com apneia;
2. Melhoria da higiene do sono: estabelecer uma rotina regular de sono, garantir um ambiente escuro e silencioso e evitar dispositivos eletrônicos antes de dormir pode ajudar a melhorar a qualidade do sono e prevenir episódios de paralisia;
3. Redução do estresse: técnicas de relaxamento, como meditação, yoga e mindfulness podem ajudar a reduzir o estresse e melhorar a qualidade do sono;
4. Tratamentos cognitivo-comportamentais: terapias focadas no comportamento, como a terapia cognitivo-comportamental (TCC), podem ser úteis, especialmente para pessoas com níveis elevados de ansiedade ou distúrbios do sono;
5. Medicamentos: em casos mais graves ou crônicos, o uso de medicamentos ansiolíticos ou antidepressivos pode ser indicado, com o objetivo de melhorar o sono e reduzir a ocorrência de episódios.
 
Mesmo que a paralisia do sono nem sempre seja evitável, algumas mudanças de estilo de vida podem reduzir a frequência e a intensidade dos episódios. Guilherme sugere estabelecer uma rotina regular, evitar o consumo de substâncias que interfiram no sono; criar um ambiente de sono saudável e praticar atividade física moderada.
 
Estudos
Estudos sobre a prevalência da paralisia do sono indicam que cerca de 8% a 50% da população mundial pode ter experienciado ao menos um episódio de paralisia do sono em algum momento da vida.
 
De acordo com dados da American Academy of Sleep Medicine (AASM), a paralisia do sono é mais comum entre adolescentes e jovens adultos, mas pode ocorrer em qualquer faixa etária.
 
Estudos recentes, como um levantamento conduzido pela empresa Sleep Research Society, apontam que aproximadamente 20% da população adulta pode sofrer com episódios recorrentes de paralisia do sono. A prevalência é maior entre aqueles com distúrbios do sono como insônia e apneia do sono, além de ser mais frequente entre indivíduos com níveis elevados de estresse ou com histórico de transtornos de saúde mental.
 
A paralisia do sono, embora geralmente benigna, pode ser uma experiência angustiante para quem a vivencia. O diagnóstico correto e o tratamento adequado das condições subjacentes são fundamentais para a gestão e prevenção dos episódios. Consultar um especialista em distúrbios do sono pode ajudar a identificar as causas e determinar a melhor abordagem para o tratamento. O especialista da Hapvida reforça: “É importante buscar orientação médica caso os episódios de paralisia do sono sejam frequentes ou causadores de sofrimento. Com o tratamento adequado, a maioria dos pacientes consegue reduzir ou até eliminar os episódios.”
 
A conscientização sobre a doença e os fatores de risco associados, bem como a adoção de hábitos saudáveis de sono, podem fazer uma grande diferença na qualidade de vida dos indivíduos acometidos por essa condição.
 
Sobre a Hapvida NotreDame Intermédica
Com 79 anos de experiência a partir das aquisições durante sua história no país, a Hapvida NotreDame Intermédica é hoje a maior empresa de saúde e odontologia da América Latina. A companhia, que possui mais de 69 mil colaboradores, atende quase 16 milhões de beneficiários de saúde e odontologia, tem à disposição a maior rede própria de atendimento com um sistema integrado que conecta as unidades das cinco regiões do país. 
 
Todo o aparato foi construído a partir de uma visão abrangente e integrada, voltada ao cuidado da saúde por meio de 85 hospitais, 77 prontos atendimentos, 341 clínicas médicas e 291 centros de diagnóstico por imagem e coleta laboratorial, além de unidades especificamente voltadas ao cuidado preventivo e crônico. Dessa combinação de negócios, apoiada em qualidade médica e inovação, resulta uma empresa com os melhores recursos humanos e tecnológicos para os seus clientes.

Deixe um comentário