O mundo se despediu ontem de uma lenda. Ozzy Osbourne, o eterno vocalista do Black Sabbath e um dos nomes […]

Ozzy Osbourne: A última nota do Príncipe das Trevas
O mundo se despediu ontem de uma lenda. Ozzy Osbourne, o eterno vocalista do Black Sabbath e um dos nomes mais influentes da história do rock, faleceu nesta última terça-feira (22), aos 76 anos, cercado pela família. A causa da morte não foi divulgada, mas sua batalha contra o Parkinson, diagnosticado em 2019, já era conhecida por seus fãs e admiradores.
Nascido John Michael Osbourne, em 1948, na cidade industrial de Birmingham, na Inglaterra, Ozzy transformou o som pesado das fábricas e das ruas cinzentas em arte. Ao lado de Tony Iommi, Geezer Butler e Bill Ward, fundou o Black Sabbath no fim dos anos 1960. Juntos, redefiniram a música com riffs sombrios e letras densas. O disco Paranoid (1970) não apenas consolidou o heavy metal como gênero musical, mas eternizou canções como Iron Man e War Pigs na história do rock.
Em 1979, após ser afastado da banda por conta do abuso de álcool e drogas, Ozzy renasceu artisticamente em carreira solo. Ao lado de talentos como Randy Rhoads, Jake E. Lee e Zakk Wylde, lançou álbuns que mantiveram sua chama criativa acesa e sua influência intacta por mais de quatro décadas. Faixas como Crazy Train, Mr. Crowley e No More Tears tornaram-se hinos para gerações de roqueiros ao redor do mundo.
Ozzy também invadiu a cultura pop com o reality show The Osbournes, exibido pela MTV entre 2002 e 2005. Ali, mostrou um lado humano, caótico e, acima de tudo, cativante. Sua irreverência, sinceridade e, muitas vezes, vulnerabilidade conquistaram novos públicos e o transformaram em um ícone além da música.
Mesmo com o avanço da idade e das limitações físicas, Ozzy nunca deixou de criar. Lançou Ordinary Man (2020) e Patient Number 9 (2022), reunindo lendas como Elton John, Eric Clapton, Jeff Beck e seu velho parceiro Tony Iommi. Em 2023, voltou a Birmingham para uma emocionante apresentação com o Black Sabbath — um reencontro com suas raízes e com o público que sempre o acompanhou.
Ozzy viveu intensamente, tropeçou, levantou e nunca perdeu a conexão com a música e com seus fãs. “Apesar de todas as minhas reclamações, ainda estou vivo… vejo pessoas que não fizeram nem metade do que eu e não chegaram até aqui”, disse certa vez. Hoje, sua ausência ecoa nos palcos do mundo, mas seu legado permanece eterno, vibrando a cada acorde distorcido e a cada grito libertador de quem encontra no rock um refúgio. Que o Príncipe das Trevas descanse em paz — ele já iluminou o suficiente.