“O homem pode conservar um vestígio da liberdade espiritual, de independência mental, até mesmo nas mais terríveis circunstâncias de tensão […]

O sentido da vida

“O homem pode conservar um vestígio da liberdade espiritual, de independência mental, até mesmo nas mais terríveis circunstâncias de tensão psíquica e física.”

“Nós tivemos que aprender nós mesmos e, além disso, tivemos que ensinar aos homens desesperados, que não importa o que esperamos da vida, mas o que a vida espera de nós. Nós precisávamos parar de perguntar sobre o sentido da vida e ao invés disso pensar sobre nós mesmos como aqueles que estavam sendo questionados pela vida – diariamente e a cada hora.Nossa resposta deve consistir, não em conversa e meditação, mas na ação correta e na conduta correta. Vida significa em último caso assumir a responsabilidade de encontrar as respostas certas para seus problemas e preencher as tarefas que ela traz constantemente para cada indivíduo.

Essas tarefas, e portanto o sentido da vida, são diferentes de homem para homem, de momento para momento. Assim é impossível definir o sentido da vida de um modo geral. ‘Vida’ não consiste em algo vago, mas algo bem real e concreto, assim como as tarefas da vida são bem reais e concretas.”

-Viktor Frankl-

O sentido da vida não se pergunta, se sente

Todas as respostas das nossas dúvidas vitais não estão no exterior. Os livros não vão nos explicar qual é o nosso próprio sentido da vida, nem nossa família ou nossos amigos têm direito algum de nos ditar nossos propósitos. Na verdade, todas as nossas necessidades, nossas paixões e nossos objetivos existenciais estão no nosso interior.

Preenchendo o vazio existencial

A mulher samaritana (leia o texto completo em Jo. 4.4-27)

O sentido está cheio de porquês como bem disse Viktor Frankl. Você descobre que a vida é pra ser vivida com responsabilidade, e assim se adaptando conforme a necessidade. Você já teve esse momento de procurar um sentido para se viver? Quase todos já fizeram perguntas a si mesmo.

E de forma resumida quero te contar a história dessa mulher de Samaria, que estava vivendo essa experiência sobre o sentido da vida.
A mulher samaritana lhe perguntou: “Como o senhor, sendo judeu, pede a mim, uma samaritana, água para beber? ” ( Pois os judeus não se dão bem com os samaritanos. )
Jesus lhe respondeu: “Se você conhecesse o dom de Deus e quem lhe está pedindo água, você lhe teria pedido e ele lhe teria dado água viva”.
Disse a mulher: “O senhor não tem com que tirar a água, e o poço é fundo. Onde pode conseguir essa água viva?
Acaso o senhor é maior do que o nosso pai Jacó, que nos deu o poço, do qual ele mesmo bebeu, bem como seus filhos e seu gado? ”
Jesus respondeu: “Quem beber desta água terá sede outra vez,
mas quem beber da água que eu lhe der nunca mais terá sede. Pelo contrário, a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna”.
A mulher lhe disse: “Senhor, dê-me dessa água, para que eu não tenha mais sede, nem precise voltar aqui para tirar água”.
Ele lhe disse: “Vá, chame o seu marido e volte”.
“Não tenho marido”, respondeu ela. Disse-lhe Jesus: “Você falou corretamente, dizendo que não tem marido.
O fato é que você já teve cinco; e o homem com quem agora vive não é seu marido. O que você acabou de dizer é verdade”.
Disse a mulher: “Senhor, vejo que é profeta.
Nossos antepassados adoraram neste monte, mas vocês, judeus, dizem que Jerusalém é o lugar onde se deve adorar”.
Jesus declarou: “Creia em mim, mulher: está próxima a hora em que vocês não adorarão o Pai nem neste monte, nem em Jerusalém.
Vocês, samaritanos, adoram o que não conhecem; nós adoramos o que conhecemos, pois a salvação vem dos judeus.
No entanto, está chegando a hora, e de fato já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade. São estes os adoradores que o Pai procura.
Deus é espírito, e é necessário que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade”.
Disse a mulher: “Eu sei que o Messias ( chamado Cristo ) está para vir. Quando ele vier, explicará tudo para nós”.
Então Jesus declarou: “Eu sou o Messias! Eu, que estou falando com você”.
Naquele momento os seus discípulos voltaram e ficaram surpresos ao encontrá-lo conversando com uma mulher. Mas ninguém perguntou: “Que queres saber? ” ou: “Por que estás conversando com ela?”

João 4:9-27

A história dessa mulher samaritana junto ao poço é a história de toda pessoa cuja a vida se caracteriza por um vazio interior, por um vácuo espiritual. Para Frankl, a necessidade primordial humana é preencher esse vazio, encontrar um sentido pessoal para a vida. Todas as demais necessidades, seja a de satisfazer a fome ou de saciar o apetite sexual, seja de alcançar status ou poder são secundárias em relação a busca fundamental de sentido.

A partir do momento em que o homem encontra e se agarra ao sentido da vida, sua capacidade de suportar tribulações se torna praticamente infinita. Viktor Frankl observou quando prisioneiro no campo de concentração, que aqueles que não suportavam os rigores do confinamento, aqueles que não acreditavam em um futuro bem próximo. E que ele diz que esses que não acreditavam mais num sentido da vida; “o prisoneiro que perdia a fé no futuro – o seu futuro – estava condenado”. Freud dizia que o instinto não satisfeito da fome assume a precedência sobre todos os demais. Mas Frankl refuta dizendo: “nos campos de concentração testemunhamos o contrário; vimos que, diante de uma situação idêntica, um homem degenerava enquanto ou outro alcançava praticamente um estado de santidade”.


Voltando a falar da Samaritana. Objetivos secundários se tornam objetivos principais, quando a busca de sentido foi abandonado, deixando um vazio em seu lugar. Na tentativa de preencher o vazio, objetivos inapropriados para o homem assumem a prioridade. Essa era a situação da mulher samaritana junto ao poço de Jacó. E para finalizar este artigo a mulher samaritana apresenta um caso vívido de que Frankl chama de “VAZIO EXISTENCIAL”. O fato da mulher querer não vim mais buscar água no poço, e beber de uma fonte onde nunca mais teria cede demonstra a sua busca pelo sentido da vida. O fato dela ter tido 5 maridos e ainda o homem a qual ela estava não era dela, assim como disse Jesus, isso demonstra a sua busca incessante por sua felicidade e bem-estar.

Qual é a sua busca no espiritual, material ou até mesmo físico?
Você tem um sentido para a vida?
Lembre-se de procurar o verdadeiro sentido para a sua causa. A família é um ponto primordial para entender que a vida tem sentido. A fé nos ajudará a galgar mais coisas que você nem imagina. A fé te ajudará nesse sentido para a vida e fazer os questionamentos certos para entender a vida e o que você passa neste momento. Talvez você esteja vivendo o que a mulher samaritana viveu, e ela encontrou um homem chamado Jesus que lhe deu o ela precisava, necessitava e o que procurara por toda a sua vida. Deus te abençoe!

textos adaptados do livro Jesus e a logo terapia de Robert C. Leslie
O ministério de Jesus interpretado à luz de Viktor Emill Frankel, Psiquiatara e neurologista. Com bases em suas experiências nos campos de concentração.

Elias Moura é Psicanalista e Teólogo

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