A Educação no Amazonas continua ineficaz, decadente e com poucas perspectivas de mudança, pelo menos enquanto o Estado não priorizá-la […]
O descaso com o sistema de Educação no Amazonas: estamos entre os piores do país
A Educação no Amazonas continua ineficaz, decadente e com poucas perspectivas de mudança, pelo menos enquanto o Estado não priorizá-la como parte fundamental do seu processo de desenvolvimento. Contudo, isso não parece ser prioridade do governo, uma vez que o mais importante está em concentrar forças e recursos na perpetuação de poder.
Após os contantes escândalos na área da Segurança Pública e o fato do Amazonas ter virado notícia nacional de um modo não tão agradável (para não dizer vergonhoso), nosso Estado é mais uma vez alvo de uma classe política que usa e abusa do descaso com as vertentes públicas.
De acordo com dados do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica (Saeb), divulgados nesta quinta-feira (30), os estudantes amazonenses do Ensino Médio ficaram entre os piores resultados do país nas disciplinas de português e matemática.
De 2015 a 2017, os alunos amazonenses pioraram – consideravelmente – nessas duas áreas fundamentais do conhecimento. Mais um escândalo advindo de uma triste realidade exposta para quem quiser ver.
O fato é preocupante e atinge de forma cruel todas as outras áreas de desenvolvimento do Estado. Não se pode gerar expectativas melhores tendo uma Educação sendo levada a níveis tão baixos. O avanço da violência e do desemprego são frutos podres, oriundos de tal descaso com o conhecimento e com a formação do indivíduo enquanto profissional.
Com as perspectivas reduzidas, o mundo do crime se torna cada vez mais atraente para aqueles – em especial adolescentes e jovens – que já perderam tudo, inclusive, a esperança. Estão roubando nossos sonhos, destruindo nossas perspectivas de um Amazonas melhor e minando, há décadas, a riqueza do nosso povo.
Nesta semana, o candidato ao governo do Estado, David Almeida (PSB), denunciou – perante 3 mil pessoas – um suposto esquema de superfaturamento na compra de livros para a rede pública de ensino. O atual governador pretendia gastar cerca de R$ 11 milhões em exemplares vindos de São Paulo, quando poderia economizar quase R$ 8 milhões comprando os mesmo livros em Manaus.
Com essa notícia, fica claro que a preocupação dos governantes não está em proporcionar ao povo educação de qualidade, nem tão pouco oferecer segurança e combater a crescente taxa de desemprego. No fim das contas, seus interesses são outros (não tão valorosos assim). Ou mudamos o quadro macabro que se faz presente em nosso cotidiano, ou continuaremos a mercê de uma classe política preocupada somente com seus próprios interesses.
O Amazonas precisa respirar novos ares, eleger gente com responsabilidade social, que saiba gerir de forma eficiente os recursos públicos, que tenha a Educação como pilar da construção de um Estado melhor; alguém que valorize os professores, os reais responsáveis na expansão do conhecimento e na formação de profissionais qualificados para um mercado de trabalho cada vez mais exigente.
A Educação é coisa séria e só pode ser desenvolvida por pessoas sérias. A promoção de uma mudança significativa passa necessariamente por aqueles que têm o poder de eleger seus representantes, pois são eles (nós) que dão as cartas. Logo, é preciso entender o seu papel neste jogo.
Este é o tempo propício para mudar e renovar. Avança, Amazonas!