No subsolo do belíssimo Parque Nacional de Yellowstone, nos EUA, há uma imensa câmara de magma. Ela é a responsável […]
Nasa traça plano para salvar o mundo de supervulcão nos EUA; ameaça é maior que asteroide
No subsolo do belíssimo Parque Nacional de Yellowstone, nos EUA, há uma imensa câmara de magma. Ela é a responsável pelos gêiseres e fontes termais que fazem da área um cartão postal famoso no mundo todo. Mas, para cientistas da Nasa, a agência espacial americana, trata-se também de uma mas maiores ameaças naturais à civilização: um supervulcão.nn”Fui membro do Conselho de Defesa Planetária da Nasa, que estudou formas de proteger o planeta contra asteroides e cometas”, explica Brian Cox, do Laboratório de Propulsão a Jato (LPJ), do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), na sigla em inglês.nn”Durante os trabalhos, cheguei à conclusão de que o supervulcão é uma ameaça substancialmente maior do que qualquer asteroide ou cometa.”nnA Terra tem pelo menos 20 supervulcões conhecidos, e grandes erupções ocorrem em média uma vez a cada 100 mil anos. Uma das maiores ameaças de um acontecimento como esse é a fome, pois uma queda prolongada na temperatura causada por cinzas bloqueando a luz do sol – o chamado inverno vulcânico – pode privar a humanidade de comida.nnEm 2012, a ONU estimou que as reservas mundiais de alimentos seriam suficientes para 74 dias.nnResfriar supervulcão nnQuando cientistas da Nasa estudaram o problema, a mais lógica solução encontrada foi a de resfriar os supervulcões.nnO de Yellowstone é essencialmente um imenso gerador de calor, equivalente a seis usinas. Até 70% deste calor é vazado para a atmosfera através da água que entra na câmara de magma por meio de rachaduras no solo.nnO restante acumula no interior do magma, fazendo com que ele dissolva mais e mais gases e rochas em volta. Quando o calor chegar a um determinado ponto, uma erupção será inevitável.nnPorém, se mais calor for extraído, o supervulcão jamais explodirá. E, de acordo com as cálculos da Nasa, um aumento de 35% na transferência de calor gerado por Yellowstone seria suficiente para neutralizar a ameaça. O problema é como fazer issonnUma possibilidade é aumentar a quantidade de água no supervulcão. Realizável na teoria, a medida seria mais complicada na prática, a começar no que diz respeito a obter autorização das autoridades.nn”Construir um imenso aqueduto em uma região montanhosa seria custoso e difícil. E as pessoas não querem ver sua água usada para isso”, afirma Wilcox.nn”As pessoas estão desesperadas por água ao redor do mundo, e um grande projeto de infraestrutura deste porte seria muito controverso.”nnSendo assim, a Nasa criou outro plano. A agência acredita que o mais viável agora é cavar um túnel de 10 km de profundidade no interior do supervulcão e bombear água em alta pressão, que circularia diariamente, extraindo calor dele.nnO projeto tem um orçamento salgado – cerca de US$ 3,46 bilhões -, mas apresenta um aspecto que poder ser convincente para os políticos.nn”Yellowstone atualmente perde 6 gigawatts em calor (por ano). A escavação poderia utilizar o calor para criar uma usina geotérmica capaz de gerar energia a preços competitivos, cerca de 10 centavos de dólar por quilowatt”, explica Wilcox.nn”As companhias de energia termelétrica teriam que cavar mais fundo e usar água mais quente do que o normal, mas este investimento teria retorno sob a forma de eletricidade capaz de abastecer a área em volta por dezenas de milhares de anos. E, a longo prazo, há o benefício de prevenir a erupção de um supervulcão que poderia devastar a humanidade.”nnO problema é que escavar um vulcão tem alguns riscos. Incluindo detonar a erupção que se está tentando evitar.nn