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Na Semana da Consciência Negra, artistas negros do AM falam de sua arte e do combate ao racismo

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O dia 20 de novembro é marcado como o Dia da Consciência Negra no calendário brasileiro. Nos dias que antecedem a data atribuída a morte de Zumbi dos Palmares (um dos últimos líderes do Quilombo dos Palmares), artistas negros de diversos segmentos artísticos do Amazonas falam ao BEM VIVER sobre o início de suas carreiras, sobre a trajetória artística e relatam também de que maneira eles utilizam suas artes para combater o racismo.

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Tial Flávio

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O artista urbano Tial Flávio começou nas pichações da década de 1990, mas considera a carreira artística a partir de sua primeira exposição coletiva intitulada ‘A Coisa Colorida’ (2008). Seu primeiro contato com a arte veio ainda na infância. “Aprendi a desenhar bem pequeno, recordo de vários exercícios. Tive muito apoio dos meus pais, isso foi importante para o meu despertar. Daí comecei fazer capas de trabalhos na escola, destaque em cenografias de peças de teatro, logo estava no grupo de estudantes de arte do MAM-BA, daí fui só me aprofundando”, recorda Tial.

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Soteropolitano radicado em Manaus (AM) há 10 anos e pai de dois filhos manauaras, Tial destaca que o racismo é um assunto do seu cotidiano e que, por isso, utiliza sua arte para combatê-lo de todas as formas possíveis. “Desde o primeiro contato que faço durante meu graffiti, geralmente chegam expressões contrárias a alguns princípios da ‘street art’ (arte de rua), sendo elas questões estéticas ou raciais”, comenta Flávio, que ressalta ainda a busca contínua pela sua ancestralidade dentro e fora da arte. “Na arte eu posso dialogar diretamente com o espectador, então aproveito para tentar desconstruir certos paradigmas, prezando a igualdade e a tolerância”, completa.

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Karen Francis

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Filha de mãe moçambicana e pai brasileiro, a cantora amazonense Karen Francis foi musicalizada em casa, ainda na infância. A artista cantou pela primeira vez na igreja aos quatro anos de idade. Aos nove anos começou a tocar violão e aos treze a compor. Mas foi entre 2016 e 2017, aos 17 anos de idade, que a jovem começou a desenvolver o trabalho de música autoral.

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Para Karen o racismo tem o caráter de diminuir a vida: “de reduzir a vida de pessoas negras e de pessoas indígenas também”. “Então quando a gente tá falando de uma existência ‘pulsiva’, uma existência digna, uma existência que não se cala, que não é passiva, mas que fala as suas opressões, sobre as suas denúncias… Quando eu falo sobre isso nas minhas músicas, e quando eu falo sobre viver o amor da forma que eu quiser viver, quando eu falo sobre liberdade, sobre ter uma vida que é para além das expectativas, eu tô combatendo o racismo aí né? Porque eu não tô fazendo necessariamente o que as expectativas pedem”, comenta a artista que recentemente foi selecionada para o Youtube Black Voices, um fundo de investimento do Youtube para pessoas negras.

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Jean Palladino

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Jean Palladino iniciou no Teatro aos 15 anos de idade. Ele começou fazendo peças e aos 16 anos já tava em três montagens ao mesmo tempo. “Eram espetáculos muito diferentes entre si e isso era muito divertido na época. Com o tempo fui entendendo as dificuldades, sejam financeiras ou dificuldades de persistir na arte, mas nunca interrompi, desde a primeira vez que entrei em cena fui sempre buscando melhorar e estudar”, diz ele, que também resolveu se experimentar na dramaturgia e direção cênica até chegar no circo através da Palhaçaria.

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Jean se inspira em muitos artistas negros e, por isso, busca também ser uma referência no meio artístico. “Hoje entendo que tenho muitos artistas negros como inspiração, e sei que por estar nesse lugar de visibilidade, posso ser referência pra futuros artistas negros, para as crianças. Não deixar de ocupar esse espaço é minha forma na arte de combater, a gente combate existindo e continuando”, declara Palladino. “Hoje entendo que se estou aqui podendo ser artista é porque algum outro artista sofreu pra ter esse direito, então não deixar morrer essa história, valorizar essa memória é como venho trabalhando”, completa o artista acerca de sua ancestralidade.

nnnCom informações: A Críticann

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