Usuários do Centro Temporário de Acolhimento (CTA) São Mateus, na zona leste de São Paulo, foram retirados do abrigo para […]
Moradores de rua são transferidos de abrigo que receberá venezuelanos em SP
Usuários do Centro Temporário de Acolhimento (CTA) São Mateus, na zona leste de São Paulo, foram retirados do abrigo para que refugiados venezuelanos sejam recebidos no local, segundo informou a Globo News. Nesta quinta-feira, 116 imigrantes da Venezuela devem chegar à capital paulista.
Em 21 de fevereiro, a Prefeitura de São Paulo informou que receberia 300 refugiados venezuelanos vindos de Boa Vista, capital de Roraima. Inicialmente, foi informado que eles ficariam num abrigo na região central, dividido com pessoas em situação de rua.
Na segunda-feira (2), o prefeito João Doria disse que os imigrantes seriam acolhidos em dois centros exclusivo para eles, longe do centro da cidade. O abrigo, no entanto, já estava ocupado por pessoas em situação de rua, que só na quarta-feira foram avisados que deveriam ser transferidos.
“Eu cheguei ontem e eles falaram que ia ficar só venezuelano aqui. Eu trabalho aqui, aqui perto, não dá cinco minutos. Custou pra arrumar trabalho, o cara vai registrar sua carteira. Vai ficar só venezuelano, e a gente fica como?”, disse um dos ex-moradores do CTA.
À noite, nem mesmo quem tinha carteirinha de usuário fixo do CTA São Mateus conseguiu entrar. Algumas pessoas chegaram a fechar a avenida Sapopemba, na presença da Guarda Civil Metropolitana, que liberou a via em seguida.
Alguns usuários do CTA tinham um pedido de encaminhamento nas mãos. Os que já estavam do lado de dentro contaram que já não poderiam dormir mais nenhuma noite ali.
“Receber os venezuelanos, eu acho uma boa. Tem que apoiar mesmo, o pessoal tá sofrendo lá. Mas eles [administração pública] não tem verba pra pegar um espaço novo e falar que é pros venezuelanos? E não descobrir um santo e cobrir outro”, criticou outro ex-morador do Centro.
Em nota, a Secretaria Municipal de Assistência e Desenvolvimento Social disse “que os conviventes dos CTAs Santo Amaro e São Mateus foram transferidos para outros Centros de Acolhida da Prefeitura de São Paulo, garantindo assim o acolhimento, como já estava sendo realizado”.
“A Prefeitura de São Paulo, atendendo ao pedido do Governo Federal e do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), aceitou participar do programa solidário de acolhimento da população venezuelana que se encontra nas cidades de Boa Vista e Pacaraima. Cerca de 300 venezuelanos chegarão à cidade de São Paulo e o primeiro grupo, com 160 pessoas adultas, chega nesta semana.
As Secretarias Municipais de Assistência e Desenvolvimento Social, de Direitos Humanos e Cidadania, de Trabalho e Empreendedorismo, de Saúde, de Educação e de Relações Internacionais estão trabalhando em conjunto para oferecer o melhor atendimento possível, prestar o devido apoio institucional, prevenir o agravamento da situação de emergência dos venezuelanos e também para dar suporte na obtenção da autonomia dessa população no Município de São Paulo.
Os gerentes dos centros de acolhida, gerentes dos Centros Pop e técnicos dos Centros de Referência de Assistência Social (Creas) estão recebendo capacitação para facilitar o atendimento aos imigrantes, abordando questões culturais e as peculiaridades das demandas relativas a refugiados e imigrantes. Os Centros Temporários de Atendimento (CTAs) São Matheus e Santo Amaro, os primeiros de São Paulo a receber venezuelanos, passam por esse processo para viabilizar o diálogo entre os funcionários e os imigrantes.
Equipes do Centro de Referência e Atendimento para Imigrantes (Crai), da Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania, irão oferecer orientação para regularização migratória, assessoria e suporte jurídicos (em parceria com a Defensoria Pública da União) e socioassistencial, incluindo apoio psicológico e encaminhamento para oficinas de qualificação profissional.
A Prefeitura de São Paulo, em parceria com o setor privado, procura intermediar oportunidades de empregos, especialmente com empresas que necessitem de pessoas que falem a língua espanhola ou que tenham interesse em contratar a mão de obra relacionada às qualificações identificadas nos imigrantes.
O CTA São Mateus acolherá 132 venezuelanos, no CTA Santo Amaro serão 28, oito homens e 20 mulheres”, diz nota.
*Informações da fonte: Portal G1