Parintins – O boi Garantido, nesta terça-feira (24), dia de São João, ganhou as ruas para mais uma saída. A Ladainha […]

Ladainha do Garantido celebra 112 anos do bumbá com saída pelas ruas de Parintins
Parintins – O boi Garantido, nesta terça-feira (24), dia de São João, ganhou as ruas para mais uma saída. A Ladainha do Garantido marca o aniversário do bumbá, que completa 112 anos e renova a promessa feita pelo fundador, Lindolfo Monteverde. Maria do Carmo Monteverde, 87 anos, filha de Lindolfo, declarou que o pai plantou a semente da cultura de Parintins (distante 369 quilômetros em linha reta de Manaus).
Antes da saída do bumbá, o documentário “Símbolos de Resistência da Baixa da Xanda” foi exibido para os torcedores. Essa obra audiovisual conta a história do surgimento do quilombo no reduto do Garantido, recém-reconhecido pela Fundação Palmares. Cleomara Monteverde, autora da obra e neta de Lindolfo, frisou a importância da certificação.
Aqui, esse curral é sagrado. Onde começou toda a tradição histórica da família Monteverde. Quando se faz um grande documentário, a preocupação é manter a cultura do local. Aqui estamos fazendo uma conexão do passado com o presente. Os meus ancestrais hoje estão aqui. A família Monteverde tem um papel preponderante na história do boi Garantido. E principalmente, no ano em que o Garantido é o ‘Boi do Povo, Boi do Povão’”, declarou Cleomara.
Fogueiras
Os moradores da avenida Monteverde, no bairro de São José, aguardavam o boi Garantido na frente das casas. Como o comerciante Ronaldo Martins, 46 anos, que, nas saídas do boi nos dias 12 e 24 de junho, monta a fogueira e espera o boi passar.
A aposentada Maria Enedina, 67 anos, acompanhada da mãe, Cacilda Tavaripe, 86 anos, montou a fogueira para o boi brincar. “Todo ano coloco a fogueira. Significa paixão pelo Garantido e emoção por tudo que a gente vê. Ficamos felizes com essa fogueira em comemoração a Santo Antônio e São João. Essa tradição e emoção vai multiplicando de uma geração para outra”, disse.
A médica veterinária Erika Cardoso, 41 anos, é torcedora desde pequena e aguardava com a família o “símbolo da infância”. “Todo ano, isso (acender a fogueira) sempre foi tradição na nossa família. Todo ano, 12 e 24, a fogueira está sempre acesa esperando o Garantido dançar para a gente. Eu cresci brincando aqui na baixa. Ele é simplesmente o símbolo da minha infância. Tem uma importância enorme. De viver e é uma sensação muito gostosa”, declarou.
(*) Com informações: A Crítica