Em meio à piora dos efeitos da extrema seca no Amazonas, o governador Wilson Lima (União Brasil) anunciou que o […]
Governo deve perdoar R$ 9 milhões em dívidas de produtores afetados pela seca
Em meio à piora dos efeitos da extrema seca no Amazonas, o governador Wilson Lima (União Brasil) anunciou que o governo deve perdoar R$ 9 milhões em dívidas de pequenos produtores rurais que tiveram prejuízos em razão da estiagem. Os valores são referentes a empréstimos junto à Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam). Nesta terça-feira, subiu para 24 o número de municípios em situação de emergência. Outros 34 estão em alerta e há dois em atenção.
“Estamos encaminhando para a Assembleia Legislativa uma mensagem para anistiar aqueles produtores que tiveram prejuízos e estão em municípios em situação de emergência, e tiveram operações de crédito junto à Afeam. A agência estabelecerá alguns critérios para que essa anistia seja feita. Lembrando que só vai valer para pequenos produtores. Estamos calculando que deve ser algo em torno de R$ 9 milhões, dependendo do prejuízo desses produtores”, disse o governador, em coletiva nesta terça-feira.
Além do perdão às dívidas, o governo estadual irá adiantar para esta sexta-feira (6) o pagamento do Auxílio Estadual Permanente, no valor de R$ 150. A medida valerá para todo o estado, incluindo aqueles que não estão em situação de emergência.
Assim como ocorreu durante a pandemia de covid-19, o governo do Amazonas também passará a divulgar diariamente boletins sobre a situação da estiagem e das queimadas no estado. As publicações ocorrerão de segunda a sexta-feira.
A primeira edição já está disponível no site da Defesa Civil. De acordo com o informe, mais de 200 mil pessoas já são afetadas pela combinação da estiagem e queimadas. Além dos baixos níveis da água nas calhas dos principais rios do Amazonas, o estado registrou 6.991 focos de incêndio somente no mês de setembro.
Botos
“Já tem uma equipe nossa também ali no Médio Solimões que se junta às equipes do Inpa, ICMBio e Ibama para acompanhar a questão da mortandade dos botos e entender quais as estratégias e caminhos a serem seguidos para salvar esses botos. Nossa equipe do Ipaam já está lá e uma da Secretaria de Meio Ambiente está se deslocando”, informou o governador.
De acordo com o Instituto Mamirauá, ligado ao Ministério da Ciência, mais de 100 botos e tucuxis morreram pelo efeito da estiagem na região de Tefé (a 521 quilômetros de Manaus). A principal suspeita, segundo pesquisadores, é que tenha a ver com a temperatura da água, que chegou a medir 40 Cº no local. Outras hipóteses ainda são estudadas.
Dragagens
Questionado pela imprensa sobre o andamento dos trabalhos de dragagem nos rios Madeira e Solimões, anunciado pelo governo federal, Wilson Lima informou que já há movimentação de máquinas nos dois rios. Os trabalhos, porém, ainda não iniciaram.
“No Solimões, as máquinas já estão lá, carecendo de uma autorização da Marinha para que o trabalho possa começar. Imagino que ainda nesta semana essa atividade comece a ser realizada ali na calha do Solimões. Da mesma forma, esperamos que nos próximos dias possa ser iniciado esse trabalho no Tabocal, próximo de Itacoatiara, e impacta diretamente no transporte que é feito para a Zona Franca de Manaus”, disse.
Segundo um ofício encaminhado pela Federação das Indústrias do Amazonas (Fieam) ao 9º Distrito Naval, em Manaus, empresas que fazem o serviço de cabotagem (guia de embarcações) têm cobrado valores mais altos em razão da dificuldade para fazer o transporte de cargas. A reportagem apurou que essa chamada ‘taxa de seca’ chega a até R$ 3 mil por viagem.
Fonte: A Crítica