Com uma dívida pública que já ultrapassa € 3,3 trilhões — o equivalente a 114% do PIB —, a França […]

França estuda cobrar imposto de ricos mesmo após deixarem o país
Com uma dívida pública que já ultrapassa € 3,3 trilhões — o equivalente a 114% do PIB —, a França busca novas fontes de receita para enfrentar sua crise fiscal. Uma das ideias em debate é polêmica: taxar cidadãos franceses mesmo depois que se mudarem para o exterior.
A proposta criaria um “imposto universal direcionado”, que obrigaria contribuintes de alta renda a continuar pagando tributos por até dez anos após deixarem o país. A medida alcançaria aqueles que recebem mais de € 235 mil por ano e se estabelecem em nações cuja carga tributária seja ao menos 40% inferior à francesa.
O projeto é encabeçado pela ala de esquerda, que defende o aumento da arrecadação para evitar novos cortes de gastos públicos. No entanto, o texto ainda precisa ser aprovado pela Assembleia Nacional, onde enfrenta forte resistência da direita e de aliados do presidente Emmanuel Macron.
A proposta se inspira no modelo dos Estados Unidos, onde a tributação é baseada na cidadania — e não na residência. Assim, mesmo vivendo fora do país, os norte-americanos continuam obrigados a declarar e pagar impostos ao governo.
Outras propostas na mesa
Além do “imposto universal”, está em discussão o chamado “imposto Zucman”, que prevê uma taxa anual de 2% sobre fortunas superiores a € 100 milhões, incluindo ações, participações empresariais e ganhos não realizados.
Segundo estimativas, a medida poderia gerar até € 20 bilhões por ano aos cofres públicos. Críticos, porém, alertam que o resultado pode ser o oposto: a fuga dos grandes patrimônios para o exterior — justamente o cenário que motiva o governo a considerar tributar os franceses onde quer que estejam.
(*) Fonte: The News
