Um fóssil misterioso recentemente descoberto na Austrália Ocidental está desafiando as concepções sobre a evolução dos celacantos. Nomeado Ngamugawi wirngarri, […]

Foto: Divulgação

Fóssil misterioso na Austrália é de animal que sobreviveu à extinção em massa de 375 milhões de anos atrás

Um fóssil misterioso recentemente descoberto na Austrália Ocidental está desafiando as concepções sobre a evolução dos celacantos.

Nomeado Ngamugawi wirngarri, esse peixe, com aproximadamente 375 milhões de anos, foi encontrado na renomada Formação Gogo, proporcionando uma visão intrigante de um período crucial da história terrestre, marcado por intensa atividade tectônica e extinções em massa que influenciaram a vida marinha.

A pesquisa, publicada na prestigiada revista Nature Communications, revela que a tectônica de placas não apenas afetou a evolução dos celacantos, mas também criou novos habitats que promoveram o surgimento de espécies inovadoras.

Questões naturais

Os celacantos, conhecidos como “fósseis vivos”, são peixes com nadadeiras lobadas — uma estrutura óssea semelhante aos nossos membros — que habitam as profundezas do oceano.

Atualmente, existem apenas duas espécies sobreviventes: uma encontrada na costa da África (Latimeria chalumnae) e outra na Indonésia (Latimeria menadoensis).

Por muito tempo, acreditou-se que os celacantos não haviam sobrevivido às extinções em massa do período Devoniano, que ocorreu entre cerca de 416 e 359 milhões de anos atrás.

No entanto, as duas espécies de Latimeria foram redescobertas no século 20, desafiando essa suposição.

A nova espécie encontrada na Formação Gogo, no entanto, está associada a uma época de intensa atividade tectônica, o que abriu novas oportunidades para a evolução desses peixes.

As extinções em massa ocorridas durante o período Devoniano, que eliminaram cerca de 70 a 80% das espécies marinhas, tiveram um impacto profundo na biodiversidade da época.

Embora a causa exata dessas extinções ainda seja incerta, acredita-se que fatores como mudanças climáticas rápidas, impactos de asteroides e intensa atividade tectônica tenham desempenhado papéis importantes.

A Formação Gogo, onde o fóssil Ngamugawi foi descoberto, é amplamente reconhecida como um dos sítios fossilíferos mais ricos do mundo. Cerca de 380 milhões de anos atrás, essa área era um vibrante recife tropical, abrigando uma grande diversidade de peixes.

Conhecendo nossa evolução

O aspecto mais fascinante desse fóssil misterioso é o que ele nos revela sobre a nossa própria evolução. Os celacantos estão mais próximos dos tetrápodes — vertebrados com braços e pernas — do que de muitos outros peixes.

Isso indica que certas características da nossa anatomia, como mandíbulas e corações com câmaras, têm suas origens há mais de 350 milhões de anos.

Segundo os autores do estudo, o Ngamugawi wirngarri oferece uma visão sobre a anatomia inicial que possivelmente levou à evolução humana.

Historicamente, acreditava-se que os celacantos haviam sofrido pouca evolução desde o período Cretáceo, quando desapareceram do registro fóssil, possivelmente devido à extinção em massa causada por um impacto de asteroide. No entanto, a descoberta de Ngamugawi desafia essa ideia.

À medida que os pesquisadores continuam a explorar a Formação Gogo, novas evidências podem surgir, ajudando a esclarecer tanto a história dos celacantos quanto a evolução da vida na Terra.

O estudo dessa espécie promete expandir nossa compreensão de como as espécies sobrevivem, se adaptam e evoluem diante de grandes mudanças ambientais.

Como se formam?

Fósseis como o Ngamugawi wirngarri se formam por um processo que pode levar milhões de anos, ocorrendo em condições muito específicas. O processo básico de fossilização acontece em algumas etapas principais.

Quando um organismo morre, ele precisa de cobertura rápida com sedimentos (como areia, lama ou cinzas vulcânicas) para evitar que se decomponha completamente ou que outros animais o devorem.

No caso de fósseis marinhos, esses sedimentos existem com maior frequência no fundo de corpos d’água como rios, lagos ou mares.

À medida que mais camadas de sedimentos se acumulam sobre o organismo enterrado, a pressão aumenta. Com o tempo, os tecidos moles do organismo se decompõem, enquanto partes mais resistentes, como ossos, conchas ou exoesqueletos, podem dar lugar a minerais transportados pela água.

Esses minerais, como sílica ou carbonato de cálcio, substituem o material orgânico, criando uma réplica em pedra do organismo original.

Em seguida, durante milhões de anos, o organismo de fóssil permanece preso na rocha sedimentar em que se formou. No entanto, mudanças geológicas, como movimentos tectônicos, podem levantar essas rochas à superfície, expondo os fósseis para as descobertas.

Finalmente, o fóssil misterioso se revela naturalmente pela erosão ou escavação humana. No caso da Formação Gogo, a preservação é tão boa porque há cerca de 380 milhões de anos, essa região era um ambiente marinho raso, ideal para o soterramento rápido e a fossilização de peixes e outros organismos.

Fonte: Mega Curioso

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