O ex-superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Acre, Carlos Francisco Augusto Gadelha, […]
Ex-superintendente do Ibama é preso durante operação da PF no Acre e Amazonas
O ex-superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Acre, Carlos Francisco Augusto Gadelha, foi preso nesta quarta-feira (8) de forma preventiva durante operação da Polícia Federal. A operação Ojuara cumpriu ao todo 18 mandados de prisão no Acre e no Amazonas e também em Minas Gerais.
Gadelha e mais quatro servidores do Ibama são investigados pela suspeita de corrupção e favorecimento em licitações a fazendeiros de Boca do Acre, município do interior do Amazonas. Além deles, quatro policiais militares do município amazonense foram presos, mais outras cinco pessoas do Ibama e mais quatro fazendeiros.
O delegado da Polícia Federal, Victor Negraes, que coordenou toda a operação, informou que outros suspeitas ainda estão sendo procurados.
Quadrilha de desmate ilegal
O delegado Victor Negraes deu mais detalhes sobre as investigações na tarde desta quarta-feira. Ele afirmou que havia uma quadrilha que funcionava para facilitar o desmatamento ilegal para criação de gado no sul do Amazonas com participação de servidores do Ibama, fazendeiros e policiais militares.
“Essa organização praticava grandes desmatamentos da Floresta Amazônica e envolvia atos de corrupção dos servidores do Ibama, atos de corrupção envolvendo alguns policiais militares do Amazonas e envolvendo ameaças e expulsões de pequenos proprietários rurais, quando foi identificada, inclusive, uma tentativa de homicídio”, explicou o delegado federal.
Segundo o delegado haviam cinco núcleos dentro da quadrilha para a prática dos crimes ambientais.
“Tínhamos o núcleo dos desmatadores, que era constituído por fazendeiros do Amazonas e que praticavam reiteradamente crimes ambientais de desmatamento para criação de gado. Em tese, essas terras eram também griladas por estarem em áreas da União e projetos de assentamento. O outro núcleo dessa organização era o de fiscalização, composto por servidores do Ibama, comandado pelo então superintendente regional do órgão e que solicitava vantagens indevidas para que os desmatadores não fossem responsabilizados”, frisou Negraes.
Neste esquema, os servidores do Ibama chegavam a multar ‘laranjas’ e a vazar informações privilegiadas sobre a região e ainda a existência de um núcleo para o pagamento de propina no esquema entre fazendeiros e servidores. A participação dos policiais militares se constituía em realizar a segurança das terras griladas e desmatadas, realizando ameaças a pequenos produtores e proprietários de terras daquela região.