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Em entrevista à BBC Mundo, o cientista político Javier Corrales, especialista em política latino-americana, comentou acerca do que acredita ser a situação atual da região, que contrasta com a moda das reeleições presidenciais que ocorreram em meio ao boom econômico da década passada. De acordo com ele, os ex-presidentes hoje atuam como uma espécie de “sol brilhante” que dificulta o surgimento de novas lideranças em seus partidos, embora também tenham uma rejeição forte – ele cita o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva como exemplo desse fenômeno.nnJavier Corrales é coautor de um livro sobre o legado de Hugo Chávez na Venezuela – Foto: ReproduçãonnPerguntado sobre qual seria o problemas dos ex-presidentes da América Latina, Corrales respondeu que, ”o problema dos ex-presidentes é que custam muito a se retirar da política. E, na tentativa de seguir na ativa, mesmo que seu momento já tenha passado, tomam todos os tipos de atitude política que impedem a renovação de lideranças”, afirma o especialista. Ele complementa a resposta alegando que, ”eles geralmente são polarizantes: são adorados por seus seguidores, mas também geram rejeições muito profundas. A opção política costuma ser muito visceral. É muito difícil que surjam lideranças novas em seus respectivos partidos, porque os ex-presidentes são como um sol muito brilhante, que ofuscam os grupos novos dentro de seus partidos”.nnQuando questionado sobre a possibilidade de dar exemplos de algum caso emblemático que esteja em curso na região, o estudioso cita os casos da Colômbia, onde Juan Manuel Santos trava uma batalha contra o Uribismo (referente ao ex-presidente Álvaro Uribe), do Peru, que tem a eleição de Pedro Kuczynski centrada no fujimorismo (movimento ligado ao ex-mandatário Alberto Fujimori) e do Brasil com o ex-presidente Lula.nnDe acordo com Corrales, ”brilho” de ex-presidentes ofuscam o surgimento de novas lideranças – Foto: Reproduçãonn”Estamos em um ano em que os casos mais emblemáticos estão sendo interrompidos de alguma forma. Veja o caso do Lula no Brasil: até certo ponto, alguém pode dizer que Lula é o único capaz de vencer (Jair) Bolsonaro, mas também pode-se dizer que Bolsonaro surge por causa do Lula, porque há uma grande rejeição ao regresso do lulismo”.nnCorrales comentou também acerca de Chile e Argentina. – No Chile, é sempre Bachelet-Piñera-Bachelet-Piñera. Isso está trazendo um descontentamento muito grande em todo o país. Na Argentina, a eleição do ano passado girava em torno de tirar Cristina Kirchner do poder – analisa.nnEquador como exemplonnO cientista político ressaltou que dentre os países da América Latina, o Equador pode vir a ser exemplo, uma vez que seus cidadãos decidiram limitar o número de mandatos presidenciais a somente dois.nn”É possível que este caso recorde os latino-americanos sobre o conceito de limite à reeleição: uma medida democrática necessária em países onde há muito caudilhismo”.nnPara o especialista, a partir do boom econômico na década de 90 e o visível período de bonança, os latinos-americanos permitiram a releição de muitos presidentes e esqueceram que isso ao invés de diminuir o caudilhismo, aumentou. Ele afirma que o caso do Equador é uma lembrança aos latino-americanos de que, por algum motivo, existe esta restrição à reeleição.nnAntes aliados, Rafael Correa (à esquerda) e Lenín Moreno (à direita) agora estão em lados opostos – Foto: Reproduçãonn”Os latino-americanos se deram conta de que os presidentes no poder, e fora dele, são figuras prepotentes e difíceis de conter. Portanto, se a América Latina quer evitar a continuidade, o que é importante para que haja alternância e democracia, não resta outra opção a não ser impor limites aos ex-presidentes”.nnLimites à releiçãonnPor fim, quando perguntado se na região existem outros casos que servem de referência em relação a atual situação de ex-presidentes no cenário político de seus respectivos países, Corrales afirmou categoricamente que, ”o mais exitoso é esta reforma constitucional (que impede a reeleição). É sensível, geralmente é acatada e cumpre seu propósito de obrigar os ex-presidentes a buscar novos nomes e a debater”.nnE conclui dizendo, ” há uma espécie de retorno à ideia de que a democracia liberal foi sacrificada demais no período de boom econômico. Depois de ver o que aconteceu na Venezuela, no Equador, na Bolívia, com esses presidentes que querem se perpetuar e se sentem indispensáveis, os latino-americanos se deram conta de que um presidente ruim no poder é fatal, mas um ex-presidente que quer voltar é ainda mais perigoso”.nn*Com informações da fonte: BBC Brasil
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