Economia da Venezuela cresceu 5% em 2023, diz Maduro

A economia da Venezuela cresceu mais de 5% em 2023 e o crescimento chegará a 8% este ano, disse o presidente Nicolás Maduro nesta segunda-feira durante seu discurso anual ao legislativo aliado do governo.

A economia da Venezuela sofreu um colapso prolongado marcado por uma inflação de três dígitos e um êxodo em massa de milhões de migrantes que procuram melhores perspectivas noutros lugares, embora a sua taxa de inflação já não seja a mais acentuada da América Latina desde que a da Argentina ultrapassou os 200%.

A inflação atingiu pouco menos de 190% no ano passado, segundo o banco central, marcando uma redução em relação aos 234% do ano anterior.

“Em 2024 continuaremos a política de alimentar a produção nacional, de recuperar o rendimento nacional, de recuperar o rendimento dos trabalhadores”, disse Maduro aos legisladores. “Para este ano projetamos um crescimento do produto interno bruto em torno de 8%.”

O crescimento foi de 15% em 2022, disse Maduro.

A petrolífera estatal PDVSA (PDVSA.UL) contribuiu com 6,23 mil milhões de dólares para os cofres do país no ano passado, acrescentou Maduro.

O valor, que Maduro disse financiar salários, saúde, educação e habitação, correspondia ao que a empresa entregou ao governo, e não ao lucro total.

De acordo com um documento visto pela Reuters no final do ano passado, o governo prevê um aumento de 27% nas receitas da PDVSA este ano, após um relaxamento nas sanções dos EUA e apesar da estagnação da produção.

O alívio das sanções, que deverá durar até abril, aumentou os preços do petróleo venezuelano e os analistas esperam que a receita leve a a mais gastos sociais, à medida que o governo tenta garantir apoio nas próximas eleições presidenciais.

As receitas petrolíferas foram anteriormente prejudicadas pela baixa produção devido à deterioração das infra-estruturas e à falta de investimento.

A administração de Maduro estima que os gastos totais em 2024 serão equivalentes a 20,5 mil milhões de dólares e que as receitas provenientes das exportações de petróleo e dos impostos pagos pela PDVSA cobririam 58%, mostrou o documento visto em dezembro.

Os EUA aliviaram as sanções em Outubro, depois de o governo ter assinado um acordo eleitoral com a oposição.

Em dezembro, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, concedeu clemência a um aliado de Maduro em troca da libertação de 10 americanos e de pelo menos 24 venezuelanos ligados à oposição.

A data da eleição ainda não foi definida, mas está prevista para o segundo semestre.

Fonte: Reuters