O documentário Itacoatiaras, dirigido pelo cineasta amazonense Sérgio Andrade e pela artista carioca Patrícia Goùvea, teve sua estreia internacional no […]

Documentário “Itacoatiaras” encerra festival na Suécia e estreia no Brasil em outubro
O documentário Itacoatiaras, dirigido pelo cineasta amazonense Sérgio Andrade e pela artista carioca Patrícia Goùvea, teve sua estreia internacional no último domingo (28/09), encerrando a programação do Festival Panorâmica – Festival de Cinema Latino-Americano de Estocolmo, na Suécia. No Brasil, a obra será exibida na 27ª edição do Festival do Rio, em outubro, dentro da mostra Première Brasil: Estado das Coisas – COP30, ao lado de produções que discutem desafios socioambientais.
Produzido pela Rio Tarumã Filmes em parceria com a Arapuá Filmes, o filme contou com apoio do Governo do Amazonas, via Secretaria de Estado de Cultura, por meio de editais e programas como o Cultura Criativa – Prêmio Feliciano Lana, Lei Aldir Blanc, Prêmio Manaus Identidade Cultural e Lei Paulo Gustavo.
Com 73 minutos, Itacoatiaras estabelece um diálogo sensorial entre dois territórios brasileiros com o mesmo nome: o bairro de Itacoatiara, em Niterói (RJ), e o município de Itacoatiara, no Amazonas. Por meio de imagens imersivas e depoimentos de indígenas, ambientalistas, pesquisadores e crianças, a obra aborda temas como ancestralidades apagadas, especulação imobiliária, colapso ambiental e urgência de novos modos de existência.
O projeto nasceu em 2017 durante a residência artística Labverde, na Amazônia, e amadureceu ao longo de cinco anos, atravessando a pandemia e se transformando em longa-metragem. Para Patrícia Goùvea, o filme é “uma escuta dos territórios e da natureza”, propondo uma aproximação afetiva e sensorial entre dois lugares distantes, mas conectados em histórias de resistência e ancestralidade.
Um dos destaques da obra são as imagens de inscrições rupestres indígenas no Rio Urubu e na Ponta do Jauary, visíveis em períodos de seca, que assumem papel simbólico na narrativa. A natureza – rios, matas, pedras e animais – emerge como protagonista, estimulando reflexão crítica sobre a lógica de destruição em nome do “progresso”.
A equipe técnica inclui Gabriela Pascal (produção executiva), Valentina Ricardo (direção de fotografia) e Fernando Crispim (som direto). Classificado como livre, o documentário deve integrar escolas e circuitos formativos a partir de 2025, reforçando seu papel como obra de reflexão coletiva sobre meio ambiente, memória e cultura.
