De olho em 2026, PT aposta em campanha por justiça tributária e mira a classe média

O Partido dos Trabalhadores (PT) lançou uma nova campanha publicitária voltada à classe média, mirando diretamente as eleições de 2026. O foco da narrativa é a defesa da justiça tributária, com forte tom de enfrentamento entre trabalhadores e super-ricos — o clássico “nós contra eles” resgatado em tom mais direto.

Em vídeo divulgado nas redes sociais, o partido reforça a promessa de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, além da redução para faixas salariais entre R$ 5 mil e R$ 7 mil. Para equilibrar as contas públicas, a proposta inclui a chamada “Taxação BBB” — que pretende aumentar a cobrança sobre Bilionários, Bancos e plataformas de Bets (apostas online).

A narrativa central da campanha é clara: a maior parte da carga tributária hoje recai sobre os trabalhadores, enquanto grandes fortunas e lucros financeiros escapam da mesma responsabilidade. A fala do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforça o tom da peça: “Se a turma da Faria Lima está incomodada, tudo bem.”

Internamente, a campanha também é vista como uma forma de recuperar apoio popular após derrotas recentes no Congresso Nacional, como a revogação do novo modelo do IOF, que era defendido pelo governo. A oposição, por sua vez, reagiu com críticas. O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, classificou a ação como “mais um blá-blá-blá” e atacou os gastos do governo com “viagens milionárias de Janja” e os casos de fraudes no INSS.

Apesar do embate político, os números da arrecadação seguem em alta. Nos primeiros cinco meses de 2025, o governo federal arrecadou quase R$ 1,2 trilhão em impostos, representando um crescimento de 3,95% em relação ao mesmo período do ano anterior. A disputa agora não é apenas por votos, mas pela condução da narrativa sobre quem paga — e quem deveria pagar — a conta do país.