Há 155 anos, foi fundado o tradicional Colégio Amazonense Dom Pedro II. A história desta instituição centenária está intrinsecamente ligada […]

Foto: Mateus Botelho

Colégio Amazonense Dom Pedro II celebra 155 anos de existência

Há 155 anos, foi fundado o tradicional Colégio Amazonense Dom Pedro II. A história desta instituição centenária está intrinsecamente ligada à história do Estado. Na época de sua fundação, o Amazonas ainda era uma província, sob a presidência de João Wilkens de Matos. Na manhã desta quinta-feira (15), alunos, professores e a direção da escola comemoraram mais um aniversário cantando parabéns na Avenida 7 de Setembro.

A professora do ensino médio, Mariele Gomes, compartilhou sua experiência como docente no colégio, destacando o orgulho de fazer parte do corpo acadêmico e a importância da instituição para a educação no Amazonas.

Professora Mariele Gomes e alunos durante uma atividade escolar – Foto: Divulgação

“Temos muito orgulho de fazer parte de uma escola tão tradicional e com tanta história como o CADP (Colégio Amazonense Dom Pedro II). Nosso colégio formou várias personalidades e lideranças em nosso estado. Hoje, no aniversário da escola, demos um abraço no prédio centenário, simbolizando o carinho que temos pela instituição e reafirmando a necessidade de um olhar diferenciado por parte da Seduc. Com tanta história e sendo recordista de aprovações no Enem/Vestibular dentro da coordenadoria, o CADP precisa de apoio para continuar o trabalho de excelência que realizamos e continuar formando a elite acadêmica do nosso Amazonas”, comentou Mariele.

O estudante do terceiro ano, Luís Queiroz, expressou sua alegria em ser aluno do CADP e as expectativas acadêmicas desde que ingressou na instituição.

“Viver o CADP é magnífico; são 155 anos de muita história, tradição e muito amor envolvido em todos esses anos. Entrei aqui com as expectativas lá em cima, já sabia que ia viver momentos maravilhosos aqui, e me surpreendeu totalmente. Sou feliz sendo Gymnasiano e estou aqui, no ‘terceirão’, adquirindo todo o conhecimento possível”, afirmou.

História

Foto: Divulgação/Arquivo

No período de sua fundação, o colégio Dom Pedro II foi denominado Lyceu Provincial Amazonense. Posteriormente, passou a ser conhecido como Gymnasio Amazonense e Gimnasio Amazonense Dom Pedro II.

Em 1885, o colégio passou por reformas e durante esse período suas atividades foram realizadas no prédio da Polícia Militar. Em 1886, foi reinaugurado pelo presidente da província Ernesto Adolpho de Vasconcelos Chaves.

Após a reinauguração, o prédio passou a abrigar várias instituições, como o Lyceu (1887), a Escola Normal (1887), o Museu Botânico (1888), a Biblioteca Pública (1889), a Assembleia Legislativa, entre outras.

Em 1890, o Governador Augusto Ximenes de Villeroy extinguiu o Lyceu Amazonense através do Decreto n° 15, de 17 de janeiro. Nessa mesma data, com o Decreto n° 16, transformou a Escola Normal em Instituto Normal Superior, regulamentado conforme o Decreto n° 32, de 19 de fevereiro do mesmo ano.

Em 13 de outubro de 1893, com o Decreto n° 34, criou-se o Gymnasio Amazonense, em substituição ao Instituto Normal Superior, sendo a ele anexado o Curso Normal, destinado a preparar professores para as Escolas Públicas.

No decorrer de sua existência, foram criados vários cursos que beneficiariam a juventude carente do Amazonas, tais como o Curso de Agrimensura (Lei n° 69 de 24 de agosto de 1894), o Curso Comercial (Decreto n° 213, de 27 de dezembro de 1897). A estes, seguiu-se uma dezena de outros, como por exemplo: Pré-médico, Humanidades, Clássico, Científico, Laboratório, Saúde, Patologia Clínica, Acadêmico, etc., sempre buscando acompanhar a própria evolução educacional do país.

Revoltas

Em 1915, a instituição ficou marcada pelos acontecimentos turbulentos da chamada Revolta de 15 de Junho. Na ocasião, o colégio serviu de espaço para a desordem e a violência, quando os estudantes, descontentes com a forma como o ensino era tratado, manifestaram sua indignação através de um movimento sistematizado de indisciplina.

O colégio enfrentava uma crise moral e material. Os alunos promoveram uma depredação desenfreada, gerando anarquia e terror, forçando a direção, professores e funcionários a abandonar o edifício, deixando-o entregue à sanha dos estudantes revoltados. Devido a esses acontecimentos, o colégio foi fechado e só retornou às suas atividades normais em março de 1916.

O movimento forçou uma Reforma de Ensino e a elaboração de um novo regimento para o colégio, no qual constava um item renovador que dava responsabilidade aos “pais, tutores ou protetores dos alunos pelos delitos que estes pratiquem”, além da recuperação do prédio danificado.

Outro movimento estudantil de destaque é a famosa Revolução Ginasiana de 30, período de grande agitação política e econômica no Brasil. Em Manaus, a Polícia Civil perseguia, prendia e espancava os estudantes que faziam comícios e realizavam confusões em bares, praças e ruas da cidade.

Revolução Ginasiana de 30 – Foto: Catador de Papéis 

Aproveitando-se da situação instável que atravessava o país, esses estudantes iniciaram um movimento contra a Polícia, que culminou com o envolvimento do Exército, finalizando com a rendição da Polícia e a ocupação do seu prédio pelos jovens revolucionários. O Governador Dorval Porto foi deposto e esses mesmos jovens o escoltaram do Palácio até as dependências do Grande Hotel, onde ficaria hospedado.

Momento dos parabéns, assista:

 

*Com informações de assessoria

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