O Amazonas registrou um aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no último trimestre de 2025, em comparação […]

Chuvas atípicas e baixa vacinação elevam casos de doenças respiratórias no Amazonas
O Amazonas registrou um aumento de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no último trimestre de 2025, em comparação com o mesmo período do ano passado. Entre julho e setembro, foram 224, 234 e 225 casos, respectivamente — números superiores aos de 2024, quando o total foi de 176, 117 e 77.
Os dados fazem parte do boletim epidemiológico divulgado na última segunda-feira (13) pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP).
Desde o início do ano, o Amazonas contabilizou 1.595 casos de SRAG associados a vírus respiratórios, uma leve redução em relação aos 1.662 registros de 2024 no mesmo período. Apesar disso, a curva mostra alta nos meses recentes, com predomínio de rinovírus (60%), vírus sincicial respiratório (30%) e adenovírus (16,3%).
A variação ocorre em um período marcado por mudanças climáticas atípicas na capital. De acordo com o meteorologista Leonardo Vergasta, da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Manaus registrou 129 milímetros de chuva até 10 de outubro, 15 mm acima da média histórica de 114 mm para o mês. Segundo ele, o aumento das precipitações em meses tradicionalmente secos é resultado de uma condição de neutralidade climática, sem influência de El Niño ou La Niña, o que favorece a formação de nuvens e pancadas isoladas.
Para o infectologista Nelson Barbosa, médico assistencial da Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) e integrante da Comissão de Infecção Hospitalar do Pronto-Socorro 28 de Agosto, o aumento dos casos respiratórios neste segundo semestre está diretamente relacionado à baixa cobertura vacinal e à mutação natural dos vírus.
Segundo Barbosa, há uma falsa percepção de imunidade prolongada entre parte da população.
As crianças continuam sendo o grupo mais vulnerável. Nas últimas três semanas, 47% dos casos registrados no estado foram em menores de 1 ano, seguidos por crianças de 1 a 4 anos (27%). Barbosa reforça que a ausência de vacinação é um fator determinante:
Com a chegada do período mais úmido, conhecido como “inverno amazônico”, o especialista alerta para o risco de aumento na transmissão de vírus respiratórios.
Barbosa reforça ainda que idosos e pessoas com comorbidades também integram o grupo de risco.
O boletim completo da FVS-RCP pode ser acessado no site www.fvs.am.gov.br.
(*) Com informações: A Crítica