O Brasil está cada vez mais próximo de integrar a metade inferior do ranking global de Produto Interno Bruto (PIB) […]

Brasil se aproxima da metade mais pobre do mundo em ranking de PIB per capita, aponta FMI
O Brasil está cada vez mais próximo de integrar a metade inferior do ranking global de Produto Interno Bruto (PIB) per capita ajustado pela paridade de poder de compra, segundo projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI). Em 2024, o país ocupa a 87ª posição entre os países analisados pela instituição — apenas nove lugares acima da linha que separa os 50% com pior desempenho econômico. A previsão é de que essa diferença caia para seis posições até 2030, aprofundando um movimento de estagnação que já se arrasta há décadas.
O indicador avalia a renda média da população levando em conta o custo de vida local, permitindo comparações mais precisas entre diferentes países. E os dados mostram um Brasil em marcha lenta, especialmente se comparado ao avanço de outras nações emergentes. No início dos anos 2000, a distância do Brasil em relação à metade mais pobre era de 21 posições. Em menos de 30 anos, essa margem foi reduzida em mais de metade.
Emergentes se aproximam — e superam
Além da queda no ranking geral, o país também vem sendo ultrapassado por seus pares econômicos. Em 1980, o PIB per capita médio dos países emergentes representava apenas 31% do brasileiro. Hoje, essa proporção já chega a 78%, e deve alcançar 82% até 2030, conforme as projeções do FMI.
Países como Coreia do Sul, Polônia, Turquia e China exemplificam essa mudança de cenário. Em 1991, a renda per capita do Brasil era praticamente equivalente à da Coreia do Sul. Atualmente, o brasileiro produz menos da metade do que um sul-coreano — reflexo direto de políticas de crescimento que não conseguiram manter o ritmo necessário para acompanhar as transformações globais.
A tendência coloca o Brasil diante de um desafio estrutural: crescer de forma sustentada e inclusiva, enquanto outros países em desenvolvimento aceleram investimentos em tecnologia, educação e produtividade. Sem mudanças expressivas, o país corre o risco de consolidar sua posição entre as nações com menor renda relativa do planeta.
(*) The News