O Amazonas segue na liderança nacional dos indicadores de infecção e mortalidade por tuberculose. Segundo o último Boletim Epidemiológico do […]

Amazonas lidera índices de tuberculose, mas novo projeto busca ampliar diagnóstico precoce
O Amazonas segue na liderança nacional dos indicadores de infecção e mortalidade por tuberculose. Segundo o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde, em 2024 o estado registrou 94,7 novos casos a cada 100 mil habitantes. Já em 2023, o coeficiente de mortalidade foi de 5,1 óbitos por 100 mil habitantes. Diante desse cenário, uma nova iniciativa promete reforçar o diagnóstico e o tratamento precoce da doença: o projeto “Educa IGRA: Capacitando Assistência e Laboratório para Prevenir e Acabar com a Tuberculose no Brasil”.
O programa é realizado pela QIAGEN — fornecedora dos testes IGRA ao SUS — em parceria com a Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), a Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) e a Rede Brasileira de Pesquisas em Tuberculose (Rede-TB). A proposta é capacitar profissionais de saúde e laboratórios do estado no uso do teste IGRA, considerado referência mundial no diagnóstico da Tuberculose Infecção (ILTB).
A primeira capacitação ocorreu em Manaus neste mês de agosto e reuniu cerca de 170 profissionais presencialmente e on-line. Segundo Raphael Oliveira, gerente de Marketing Regional LATAM da QIAGEN, a estratégia é fundamental para descentralizar o acesso ao exame. “Nosso papel é democratizar o teste e capacitar profissionais desde a prescrição até a realização, garantindo rastreio, diagnóstico precoce e tratamento preventivo. Isso alinha o Brasil à meta global da Organização Mundial da Saúde (OMS) de erradicar a tuberculose”, afirmou.
O teste IGRA, já disponível pelo SUS e na rede privada em diversas regiões do país, é recomendado pela OMS para identificar a tuberculose latente, quando a doença ainda não apresenta sintomas. A coleta é feita por exame de sangue e o resultado sai em até 24 horas, com alto nível de precisão. Diferente do antigo PPD, não exige retorno clínico após a aplicação. Em caso positivo, o paciente já é encaminhado ao tratamento disponível no SUS.
Atualmente, o exame é oferecido pelo sistema público a crianças entre 2 e 10 anos que tiveram contato com pessoas com tuberculose ativa, além de candidatos a transplantes de órgãos, pacientes vivendo com HIV e pessoas com doenças inflamatórias imunomediadas, como psoríase, doença de Crohn e artrite reumatoide. “A tuberculose é tratável e curável, mas o sucesso depende da rapidez no diagnóstico e início do tratamento”, reforçou Oliveira.
(*) Com informações: A Crítica