Manaus – A nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, em vigor a partir desta sexta-feira […]

Amazonas deve perder R$ 1,1 bi com tarifa dos EUA
Manaus – A nova tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros, em vigor a partir desta sexta-feira (1º), deve provocar uma perda estimada de R$ 1,1 bilhão ao Amazonas, o que representa uma retração de 0,67% no Produto Interno Bruto (PIB) estadual. Os dados são da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e apontam que 10,3% das exportações do estado têm como destino o mercado americano.
Com esse impacto, o Amazonas ocupará a sexta posição entre os estados mais prejudicados pela medida unilateral adotada pelo governo norte-americano. Segundo a CNI, os setores mais afetados serão os do Polo Industrial de Manaus (PIM), que concentraram 96,1% das exportações para os EUA em 2024. Entre os principais produtos exportados estão equipamentos de transporte, como motocicletas e ciclomotores (US$ 28 milhões, 28%), derivados do petróleo e biocombustíveis (US$ 25 milhões, 25,1%) e máquinas e equipamentos (US$ 24,4 milhões, 24,4%).
O estudo, elaborado com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), revela que os efeitos da sobretaxa serão desiguais entre os estados brasileiros, somando perdas superiores a R$ 19 bilhões em todo o país.
Estados como Ceará e Espírito Santo, altamente dependentes do mercado americano — responsável por quase metade e um terço de suas exportações, respectivamente — estão entre os mais atingidos. Já em outros 11 estados, como o Amazonas, os EUA concentram de 10% a 20% das vendas externas. Em 2024, os Estados Unidos representaram 44,9% das exportações do Ceará, seguidos por Espírito Santo (28,6%), Paraíba (21,6%), São Paulo (19%) e Sergipe (17,1%).
A indústria nacional é o principal setor impactado, evidenciando a relevância dos EUA no comércio exterior de diversas regiões. Para o presidente da CNI, Ricardo Alban, a decisão americana é injustificável e compromete diretamente a competitividade da produção brasileira.
— A imposição desse expressivo e injustificável aumento nas tarifas americanas traz impactos significativos para a economia nacional, penalizando setores estratégicos e enfraquecendo a nossa presença no mercado internacional — afirmou Alban.
(*) Com informações: D24Am