Acreditemos ou não, a nossa criança interior não se foi para dar lugar ao adulto que é você hoje. Ela […]
Ainda hoje somos impactados por nossa criança interior
Acreditemos ou não, a nossa criança interior não se foi para dar lugar ao adulto que é você hoje. Ela ainda vive em você, embora permaneça na maioria das vezes, oculta e reprimida, porque não podemos nos permitir dar saída ao que foi ao que representa. A criança interior demanda aspectos que nem sempre sabemos ocultar.nnChamamos de criança interior a imagem que temos de nós mesmos quanto a sentimentos, valorização, reconhecimento de habilidades e capacidades e, portanto, a satisfação pessoal de ser quem somos. Nossas crianças interiores surgiram na infância e continuam reaparecendo em situações de sofrimento, dor, ou problemas geralmente causados por conflitos ou bloqueios emocionais não resolvidos na infância. Mas nem tudo está perdido: podemos recuperar nosso eu interior restabelecendo a imagem que temos de nós mesmos.nnA infância, etapa de reconhecimentonnÉ na etapa da infância que é criado o nosso próprio autoconhecimento, ou seja, a imagem que temos de nós mesmos, e isso ocorre com base no que nossos progenitores projetam sobre nós, e nas vivências e circunstâncias que estamos vivenciando.nnnnA criança que Freud descortina sente tristeza, solidão, raiva, desejos destrutivos, vive conflitos e contradições, é portadora de sexualidade, escapa ao controle da educação e “[…] é capaz da maior parte das manifestações psíquicas do amor, por exemplo, a ternura, a dedicação e o ciúme” (Freud, 1907/1976a, p.139).nnEssa representação de criança, que surge com Freud, não existe desde sempre. Através dos séculos, a ideia e o conceito de criança e de infância têm se modificado de acordo com visões de mundo peculiares a um determinado tempo e lugar. A ideia que temos hoje de criança não é um dado atemporal. Pode-se dizer que é uma “invenção” da Modernidade. Segundo o historiador francês Philippe Áries (1981), no decorrer da História, a criança tem ocupado diferentes posições frente às expectativas dos pais e frente à sociedade.nnJá dizia Freud e Jung, o que a gente vive na infância impacta o resto dos nossos dias. É tão importante olharmos pra isso! Não basta sabermos, racionalmente, que nossos pais deram o seu melhor, que estavam em desequilíbrio, que não sabiam o que estavam fazendo quando te trataram de uma determinada forma. Por alguma razão (que nem Freud explica!), essa criança que fomos, principalmente dos 0 aos 7 anos, continua com sua energia viva e atuante em nosso inconsciente.nnNossos pais são nossos máximos heróis quando somos pequenos – não importa o quão cheios de luz ou sombras. Eles eram considerados nossos reis e rainhas, o que eles falavam e sentiam era tomado por nós, crianças, como verdade absoluta e o que eles nos diziam impactou profundamente o nosso subconsciente.nnSendo assim, se você por alguma razão não se sentiu vista, se sentiu rejeitada, abandonada, criticada, cobrada, essas dores permanecem aí dentro, no seu inconsciente. E você, quando adulta, passa a atrair diversas situações pra continuar sendo…rejeitada, cobrada, abandonada, criticada.n
SUA CRIANÇA INTERIOR PRECISA DE ATENÇÃO
nnnPode parecer loucura tudo isso, mas fato é que a gente atrai aquilo que emana. Então, se a ferida ainda não foi completamente curada, emanamos a energia dessa dor. E pela lei da atração que a física quântica explica passamos a atrair situações energeticamente , de compatíveis com nossas dores. Aí existe uma oportunidade maravilhosa: a de enxergar o que o universo estampa bem na nossa cara. “Ei, tem essa dor aqui, olha pra ela”.nnO que você sente hoje na pele é um reflexo do seu passado, de uma criança mal tradada, aliciada, desrespeitada, ignorada. Que nos curemos, nos fortaleçamos – e olhar com carinho pra criancinha que um dia fomos e que, de novo, continua viva e atuante em nosso subconsciente é a pedra fundamental de um longo, bonito e libertador processo de cura.nnFELIZ DIAS DAS CRIANÇAS QUE AINDA HABITA EM VOCÊ!nnElias MourannPsicanalista clínico, logoterapeuta e teólogonnAtendimentonnRua Pará, 161, Vieralves Nssa. das Graçasn
sala 204, segundo andar, interfone 204
nEdição de texto: Narel Desireenn