Nas profundezas da noite, a Estrada do Tarumã, em Manaus, carrega um mistério que atravessa gerações e poucos têm coragem […]

A sombria lenda da Mulher de Branco na estrada do Tarumã
Nas profundezas da noite, a Estrada do Tarumã, em Manaus, carrega um mistério que atravessa gerações e poucos têm coragem de enfrentar. Envolta em escuridão e silêncio, é palco de uma das lendas mais antigas e temidas da região: a aparição da Mulher de Branco.
Quem já cruzou por ali durante a madrugada sabe que o vento se torna mais frio, e a sensação de estar sendo observado é quase impossível de ignorar. Moradores antigos sussurram histórias sobre uma figura etérea, vestida de branco, que caminha lentamente à beira da estrada. Alguns dizem que ela sempre aparece nos mesmos pontos — locais marcados por tragédias e acidentes, onde a neblina engole motoristas e pedestres desavisados.
Os relatos variam, mas o medo é constante. Motoristas descrevem que, ao avistá-la à distância, ela parece acenar por ajuda, mas, ao se aproximarem, sua presença se torna cada vez mais inquietante. Em alguns casos, a figura desaparece diante dos olhos perplexos. Em outros, seu olhar vazio e melancólico acompanha o carro até que ela se dissolve na escuridão. Mesmo assim, quem a vê relata uma sensação avassaladora de que ela ainda está presente, como se sua energia os seguisse ao longo de toda a estrada.
Ninguém sabe ao certo de onde ela veio ou o que procura, mas todos concordam em uma coisa: a Mulher de Branco não pertence a este mundo. Para aqueles que cruzam a Estrada do Tarumã sozinhos à noite, o aviso é claro: siga em frente, não diminua a velocidade e, acima de tudo, nunca olhe para trás — mesmo que sinta algo à espreita.
A lenda conta que ela teria morrido em um trágico acidente no caminho para o próprio casamento. Desde então, seu espírito vaga sem descanso, assombrando aqueles que atravessam a estrada no mesmo dia e horário em que ela partiu deste plano. A Mulher de Branco é mais do que uma lenda; é um lembrete de que algumas histórias nunca encontram um fim.
*Sid Sheldowt é escritor, poeta e compositor amazonense