Garantir acesso à saúde é valorizar a vida na melhor idade

Por Sérgio Baré

O mês de junho marca a campanha Junho Violeta, um movimento que chama a atenção para o enfrentamento à violência contra a pessoa idosa. Esse período nos convida a refletir sobre o valor da vida na melhor idade e a importância de oferecer cuidado, respeito e dignidade àqueles que tanto contribuíram para a sociedade.

O envelhecimento é um processo natural e inevitável. Com ele, surgem algumas limitações físicas e cognitivas que exigem atenção especial da família e, principalmente, do poder público. No entanto, é possível envelhecer com saúde e qualidade de vida quando há cuidado contínuo. Entre os cuidados que contribuem para uma velhice mais tranquila, está a alimentação saudável.

Durante minha experiência no serviço público de saúde, trabalhando principalmente com grupos de idosos, pude observar que uma dieta equilibrada, rica em vitaminas e outros nutrientes, é essencial para manter o organismo forte. Por isso, a inclusão de um maior quadro de profissionais da nutrição na saúde municipal pode auxiliar na prevenção e controle de doenças crônicas, o que contribui para “desafogar” as filas de espera por atendimentos mais complexos.

Como fisioterapeuta, afirmo com convicção que a prática regular de exercícios físicos também é  um grande aliado à saúde. Atividades como caminhada, hidroginástica ou musculação leve, desde que orientadas por um profissional, ajudam no fortalecimento muscular, na mobilidade e até na autoestima. O movimento é uma forma de manter o corpo ativo e a mente mais equilibrada.

Outro ponto indispensável é a acessibilidade ao acompanhamento médico, que pode ser obtido através das Unidades Básicas de Saúde (UBS). Doenças como osteoporose, diabetes, Alzheimer e até certos tipos de câncer exigem prevenção, diagnóstico precoce e controle. Consultas e exames regulares devem fazer parte da rotina do idoso, assim como a revisão periódica das medicações.

Dentro de casa, é fundamental garantir um ambiente seguro. Adaptações simples, como corrimãos em escadas, barras de apoio no banheiro, pisos antiderrapantes e boa iluminação, evitam quedas e ampliam a autonomia do idoso no seu cotidiano. São detalhes que fazem toda a diferença na prevenção de acidentes.

E não podemos esquecer da vida social, a saúde psicológica do idoso implica diretamente no resultado de outros tratamentos. Estar em contato com a família, amigos ou grupos voltados à terceira idade é indispensável para a saúde emocional e física. O convívio social reduz o risco de depressão, resgata a autoestima e mostra ao idoso que ele continua sendo parte ativa da sociedade.

Tenhamos sempre em mente que cuidar da pessoa idosa é valorizar a experiência e a história de vida. É garantir, com ações, que o envelhecimento não significa invisibilidade. Enquanto vereador, sigo lutando por políticas que assegurem o bem-estar da terceira idade, além da ampliação do quadro de servidores que oferecem assistência direta a esse público.

*Sérgio Baré é Fisioterapeuta e Vereador da cidade de Manaus