Em um marco histórico para o Oriente Médio, grupos rebeldes sírios tomaram o controle da capital Damasco no último domingo […]

Síria: rebeldes derrubam regime de Assad após décadas de domínio familiar
Em um marco histórico para o Oriente Médio, grupos rebeldes sírios tomaram o controle da capital Damasco no último domingo (8), forçando o presidente Bashar al-Assad a fugir para a Rússia. O episódio, que lembra a queda de Saddam Hussein no Iraque há 20 anos, marca o fim de mais de cinco décadas de domínio da família Assad na Síria.
A Síria estava sob o comando da família desde 1971, mas enfrentava uma guerra civil devastadora desde 2011. Os conflitos começaram com revoltas contra a corrupção e a repressão do governo e escalaram para uma crise humanitária massiva. Ao longo dos últimos 13 anos, mais de 6 milhões de sírios foram forçados a deixar o país, e o número de mortes ultrapassou 500 mil.
O que vem a Seguir?
Hadi Al-Bahra, principal líder da oposição, anunciou um plano de transição de 18 meses, durante o qual será estabelecido “um ambiente seguro, neutro e tranquilo” para a realização de eleições livres. Uma nova constituição está prevista para ser entregue em seis meses, representando uma esperança de estabilidade para o país.
Por que isso é importante?
Embora não possua grandes reservas de recursos naturais, a Síria ocupa uma posição estratégica no transporte de energia para a Europa. Além disso, o país, situado no coração do Oriente Médio, faz fronteira com nações como Turquia, Iraque, Jordânia, Líbano e Israel. Essa localização torna a Síria um ponto-chave para a política internacional e a geopolítica regional.
Historicamente, a região tem sido um campo de disputa de influência entre potências globais como Rússia, China e Estados Unidos. Enquanto o regime de Assad recebia apoio do bloco socialista, incluindo a Rússia, os EUA se posicionavam contra o governo autoritário.
Impactos regionais e globais
A queda do regime ocorre em meio a 14 meses de tensões envolvendo Israel, Líbano, Irã e o Hamas. Esse novo capítulo pode reconfigurar as alianças e dinâmicas no Oriente Médio, enquanto o mundo aguarda para ver qual será o papel da Síria sob um novo governo.
A transição, embora repleta de incertezas, traz consigo a promessa de reconstrução e esperança para um dos países mais antigos do mundo, marcado por conflitos e resiliência ao longo de sua história.