O desempenho do Polo Industrial de Manaus (PIM) em 2023 foi impactado pela logística prejudicada durante a seca dos rios […]

Além da seca, outros fatores impactaram o PIM em 2023

O desempenho do Polo Industrial de Manaus (PIM) em 2023 foi impactado pela logística prejudicada durante a seca dos rios da Amazônia, refletindo uma previsão de crescimento modesta de 0,82% no faturamento, segundo dados da Federação das Indústrias do Amazonas (Fieam).

A vazante histórica, porém, na avaliação do ex-superintendente da Suframa Thomaz Nogueira não é um fator isolado. A lógica de preços do mercado e a mudança nos hábitos de consumo também podem explicar os números.

Conforme projeção da Fieam, divulgada na quarta-feira, este ano o faturamento do PIM deve ser de R$ 179,3 bilhões, 0,82% a mais do que no anterior quando, segundo a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), chegou a R$  174,1 bilhões, o maior volume registrado em 56 anos do modelo. Entre 2021 e 2022, a alta foi de 6,84%.

A Fieam estima que os principais setores devem fechar o faturamento da seguinte maneira: o maior crescimento ficará a cargo do setor de Duas Rodas com 20,07%, e um total de  R$ 31,6 bilhões. O segundo lugar fica com o subsetor mecânico onde está previsto um faturamento de R$ 11,4 bilhões com crescimento de 14,50%.

As maiores quedas devem ser registradas no setor de informática com um desempenho de R$ 42,7 bilhões, uma queda de -16,29% e o setor metalúrgico com recuo estimado em – 9,02% e faturamento de R$ 12,5 bilhões.

Thomaz Nogueira, lembra que o PIM ficou um período sem produção com fábricas concedendo férias coletivas. Ele destaca a necessidade de avaliar não apenas o faturamento, mas também a produção física, que deve ser divulgada apenas na próxima semana pela Suframa.

Segundo ele, os preços de diversos produtos registraram redução, beneficiando os consumidores, mas impactando a indústria, especialmente em setores como o de celulares, onde modelos mais acessíveis ganharam preferência em razão da redução do ganho das famílias, ainda reflexo da recessão economia vivida na pandemia.

Nogueira observa que, além da retração nos preços, o setor de informática foi afetado pela escolha de modelos mais baratos e por uma desaceleração na renovação de notebooks, por exemplo.

“Há muita coisa reprimida. A característica dos nossos produtos não são produtos de cesta básica ou essenciais, são produtos de consumo duráveis, não-essenciais. Então na retomada da economia, em 2023, o gasto das famílias, especialmente as de baixa renda, se concentrou num primeiro momento na questão de alimentação e vestuário, mas creio que vamos ter um crescimento menos discreto”, disse.

Sobre a reforma tributária, ele ressaltou que ela mantém o diferencial competitivo da ZFM e dá segurança ao modelo.

“O cenário é positivo, mas não é o fim da história. Esse ano vai ser de muita luta por questões da lei complementar que vai disciplinar os detalhes da reforma tributária e o diabo mora nos detalhes e precisamos estar atentos”, alertou.

​Em números

113.472 – É o número de empregados do Polo Industrial de Manaus ao final de 2023, segundo estimativa divulgada pela Federação das Indústrias do Estado do Amazonas. Esse resultado representa crescimento de 1,17%, em relação ao ano passado.

Yamaha manteve produção

A Yamaha Motor da Amazônia afirmou que as variáveis de crescimento do mercado, no caso do setor de Duas Rodas, vêm se mantendo constantes desde o periodo da pandemia.

Como os principais fatores podemos citar para o crescimento previsto de 20% do setor, segundo a indústria, está o crescimento dos serviços de delivery e consequentemente a demanda por motocicletas aptas a esse tipo de serviço; o preço elevado de automóveis e combustíveis, tornando a motocicleta uma opção bem mais acessível; e o custo reduzido de aquisição e manutenção da motocicleta.

Embora reconheça as adversidades da estiagem histórica, a Yamaha disse que teve um ano muito positivo, com produção histórica próxima das 300 mil unidades, resultado de uma “gestão eficiente da cadeia de fornecimento.

“Conseguimos manter o nível de produção, apesar da seca. Com isso, projetamos um crescimento anual acima do mercado, mantendo a trajetória de crescimento desde 2016, também acima da média do setor”, disse a Yamaha.

Até novembro, a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo) contabilizou 1.454.955 unidades  fabricadas no Polo Industrial de Manaus. Volume é 9,6% superior na comparação com o mesmo mês do ano anterior. A expectativa é fechar o ano com 1,5 milhão de motocicletas produzidas

*Com informações: A Crítica

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