Omar recorre a Lula e critica posição de Tarcísio de Freitas contra a reforma tributária

Após ofensivas do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), contra a reforma tributária e o modelo Zona Franca de Manaus, o senador do Amazonas Omar Aziz (PSD) buscou apoio do presidente Lula em prol da defesa da ZFM, alvo de críticas do governador paulista.

De acordo com o jornal Valor Econômico, o senador do Amazonas disse, na noite desta quinta-feira (12), que Tarcísio está se movimentando para prejudicar a reforma.

“Minha conversa com o presidente Lula foi sobre outra coisa, sobre um movimento para tentar prejudicar a reforma tributária. O governador de São Paulo está fazendo um movimento para tentar prejudicar [a reforma tributária]”, disse Aziz.

Tarcísio ataca modelo Zona Franca

A fala de Omar pode ser vista  como um ataque direto ao governador paulista. Tarcísio tem se manifestado contra a prorrogação do prazo de incentivos fiscais para montadoras do Norte, Nordeste e Centro-Oeste até 2032, sete anos a mais do que o previsto atualmente. Tarcísio já chegou a chamar as medidas de “aberrações” e “puxadinhos” incluídos no texto pelos senadores.

Durante discussão do texto da reforma tributária na Câmara dos Deputados, Tarcísio de Freitas  protagonizou um ataque direto ao modelo Zona Franca de Manaus.

A declaração foi feita ao relator da reforma, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), quando Tarcísio pediu que fossem revistos alguns pontos do texto, entre eles a contribuição de intervenção do domínio econômico (cide) da Zona Franca.

“A cide da zona franca, desculpa, é algo que traz uma ineficiência muito grande, não faz o menor sentido”, disse o governador paulista.

Contra-ataque

Na ocasião, o deputado federal do União Brasil, Saullo Vianna, rebateu Tarcísio e afirmou que o ataque ao modelo Zona Franca se trata de um contrassenso partir de um estado que fica na região que mais concentra incentivos fiscais no Brasil.

“A desigualdade regional sempre foi a regra no nosso país. Um estudo feito pela Consultoria do Parlamento aponta que mais de 60% das renúncias e benefícios fiscais estão concentrados os estados do Sudeste e do Sul, justamente as regiões mais ricas do país. Isso, sim, é uma distorção”, afirmou Vianna.