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Justiça anula assembleia do Garantido que definiu nova diretoria em meio a crise fiscal
A Justiça do Amazonas anulou a assembleia do Garantido, realizada neste sábado (3), que havia definido uma nova diretoria para o boi em meio à acusação de irregularidades na gestão do atual presidente, Antônio Andrade. O pedido foi ingressado por Gaspar Medeiros, que já foi amo do boi. ele alegou que associados inadimplentes foram impedidos de participar, ferindo o estatuto da associação. Em razão da decisão, o Garantido marcou uma nova assembleia para o dia 12 de agosto.
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No pedido, Gaspar alegou que após anunciar a assembleia, o boi não disponibilizou uma lista de associados adimplentes e inadimplentes para que pudessem buscar a regularização. Ele próprio afirma que tentou pagar a contribuição pelo site do Garantido, mas o sistema estava fora do ar.
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A juíza plantonista da 1ª Vara da Comarca de Parintins, Juliana Arrais mousinho, entendeu que o boi precisa permitir que os associados possam se regularizar antes de realizar uma nova assembleia. Por isso, anulou a reunião anterior e definiu multa de R$ 1 mil por dia em caso de descumprimento.
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“A assembleia começou 8h e 8h30 fizeram a segunda chamada. Estava chovendo muito e tinha umas 30 pessoas. Não deixaram as pessoas falarem, até porque o presidente não tem legitimidade para trocar uma diretoria agora, porque ele tá passando por um processo de fiscalização. Não teve lisura, legitimidade e moral alguma”, disse Gaspar Medeiros em entrevista para A CRÍTICA.
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Segundo ele, quando mais associados começaram a chegar na reunião, “o presidente [Antônio Andrade] percebeu que ia perder e disse ‘quem aprova [a nova diretoria] levanta a mão’, e aí os associados alinhados com ele aprovaram e ele já encerrou a assembleia. Isso durou uns 30 segundos”.
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Gaspar conta ainda que a discussão sobre a participação de associados inadimplentes começou no início do mês. No dia 6 de julho, ele e quase 300 sócios entraram com uma representação na associação para pedir o afastamento do presidente Antônio Andrade.
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“A diretoria deveria ter enviado esse documento para o Conselho de Ética, que afastaria o presidente até que se apurasse tudo. Porém, a diretoria só respondeu que entre os que assinaram esse pedido havia inadimplentes, o que seria contra o estatuto. Então, isso gerou muita dúvida entre os associados, que depois não participaram da assembleia que definiu os diretores”, afirma ele.
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Legitimidade
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A reportagem procurou o presidente do Garantido, Antônio Andrade, mas ele não retornou ao pedido de entrevista. Conseguimos contato com Adson Silveira, aliado do presidente e até então eleito novo diretor-administrativo pela assembleia que foi agora anulada. Ele garantiu que a reunião foi legítima.
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“O que é da Justiça temos que acatar, mas eu quero dizer que a assembleia foi legítima. Aconteceu no sábado agora e foi homologada a nova diretoria. A gente não sabe o porquê de terem entrado com essa ação, porque foi tudo legal. 80 sócios assinaram a ata da assembleia”, disse.
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Análise das contas
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Neste domingo (31), o Conselho Fiscal do Garantido realizou assembleia extraordinária com a presença do presidente Antônio Andrade e associados. A reunião seria para avaliar as contas da gestão atual do boi, reprovadas em parecer do conselho por conter mais de 100 irregularidades, como notas fiscais até em papel almaço.
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Houve disputa pela condução da assembleia desde o início, o que acabou levando a dois resultados diferentes. Oficialmente, as contas foram aprovadas, mesmo com as irregularidades apontadas pelo conselho. Porém, após a votação,Gaspar Medeiros e outros opositores de Antônio Andrade recolheram assinaturas em uma ata e declararam a reprovação das contas. O caso também deve ser judicializado, segundo Gaspar.
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Crise
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Desde o fim do Festival de Parintins deste ano, o Garantido enfrenta aquela que já é considerada a maior crise da história do boi. Além de uma debandada de itens históricos da festa, como Edílson Santana, Sebastião Júnior e David Assayag, a associação revelou na sexta (29) que está mergulhada em mais de R$ 60 milhões em dívidas.
nCom informações: A Críticann
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