Embora o eclipse total do sol só poderá ser experimentado nesta terça-feira em sua totalidade, e por quase dois minutos, no Chile e […]

Eclipse solar poderá ser visto no Brasil, de forma parcial

Embora o eclipse total do sol só poderá ser experimentado nesta terça-feira em sua totalidade, e por quase dois minutos, no Chile e na Argentina, também será possível vislumbrar o fenômeno, na parte da tarde, de forma parcial, em 14 das 27 capitais brasileiras. No Brasil, a visualização começará Às 14h48 em Rio Branco (onde 32% do sol será encoberto), em São Paulo às 17h (26% enconberto), em Belo Horizonte às 17h08 (11% encoberto) e no Rio às 17h03 (8%). A duração do fenômeno também varia, de 1h56 minutos em Rio Branco a 15 minutos em Porto Alegre.nnNa capital gaúcha, 57% do Sol será encoberto pela Lua, seguida de Campo Grande (47%) e Curitiba (43%) na lista das que experimentarão o fenômeno de forma mais visível. Também será possível ver algo em Manaus, Porto Velho, Palmas, Cuiabá, Goiânia, Brasília e Florianópolis.nnPesquisador do Observatório Nacional, Eugênio Reis explica que o eclipse total será especial porque se dará sobre observatórios astronômicos como os de La Silla e Cerro Tololo, na região chilena de Coquimbo, fato bastante incomum. As últimas duas vezes em que algo semelhante aconteceu foi em 1961, na França, e em 1991, nos EUA.nn— Por uma grande coincidência, o eclipse vai acontecer onde há um observatório astronômico. O eclipse em si não é um evento raro, o que é raro é que a sombra da Lua vai passar por sobre um observatório e os cientistas vão poder se aproveitar de toda uma infraestrutura para observá-lo. Nos últimos cinquenta anos, isso só aconteceu duas vezes.nnReis explica que será a oportunidade perfeita para que os cientistas realizem experimentos que podem revelar segredos sobre o Sol, como os que envolvem a coroa solar. Os pesquisadores chilenos vão repetir, inclusive, um experimento feito na cidade cearense de Sobral em 1919, quando ficou provado que a força de gravidade do astro altera o caminho da luz de outras estrelas até a Terra. O fato ajudou a comprovar a Teoria da Relatividade Geral proposta por Albert Einstein.nn— Repetir a observação de Sobral é incrível, sobretudo no ano em que ela completa cem anos. Mas vai ser apenas uma repetição — aponta Reis, que explica o que o fenômeno pode ajudar a desvelar. — O eclipse vai ajudar muito principalmente no estudo da coroa solar, que só é visível quando há o fenômeno. Ela ainda é cercada por mistérios. Por exemplo, ninguém sabe por que ela é mais quente do que a própria superfície do Sol. É um assunto que não foi completamente desvendado e que tem consequências para a Terra.nnA Nasa, agência espacial norte-americana preparou um site com um mapa e outras informações sobre o tema.nnLocalização privilegiadannNo Chile, autoridades locais esperam que o dia do eclipse atraia entre 150 e 180 mil forasteiros à área, localizada a cerca de 500 km da capital Santiago. Normalmente, a região tem 27 mil habitantes. Todas as vagas nos hotéis de Vicuña, La Serena e Coquimbo estão reservadas há meses. O governo calcula que cerca de 100 mil carros se dirijam à região e o movimento nos aeroportos próximos já pode ser sentido. Reis explica que a localidade reúne características especiais para a observação de fenômenos astronômicos e hoje responde por cerca de 60% de toda a atividade mundial nesta área.n

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nn— Estar em um planalto bem acima do nível do mar, onde a pressão atmosférica é menor, favorece muito a observação. Além disso, o Deserto do Atacama faz com que haja menos umidade, o que também é positivo. É claro que o governo chileno deu todos os incentivos para que os observatórios se instalassem ali, mas a localização em um planalto desértico é muito boa.nnInaugurado em 1960, o Observatório La Silla é administrado pelo Observatório Europeu do Sul. Nesta terça-feira, ele vai abrir as portas para que mil convidados — cientistas, jornalistas e interessados no assunto — acompanhem o fenômeno com a ajuda dos equipamentos e da localização privilegiada.nnNo cinemannMas não é apenas o Chile que vai atrair interessados no fenômeno. O cineasta carioca Bruno Safadi está em Bela Vista, na província argentina de San Juan. Junto com a fotógrafa portenha Paula Abramovich, ele pretende filmar o fenômeno para a cena de abertura de seu próximo longa-metragem. Coprodução entre os dois países, “Lilith” deve ser lançado no segundo semestre de 2020. Apesar de o roteiro, escrito há seis anos, descrever um eclipse, o diretor só ficou sabendo sobre o evento desta terça-feira há poucos meses:nn— Quando comecei a trabalhar com o roteiro, não sabia como ia fazer para filmar, mas tinha que encontrar alguma saída. A gente ia começar a rodar “Lilith” apenas em novembro, mas quando vi há alguns meses a notícia sobre o eclipse total, percebi que era uma oportunidade única.nnEle conta é possível notar um aumento no fluxo de turistas e estrangeiros que viajam em direção ao noroeste do país, região que faz fronteira com o Chile e também terá visão privilegiada do eclipse total do Sol.nn— São cidades pequenas, com três ou quatro mil habitantes, que estão recebendo um fluxo enorme de pessoas. Quando fomos retirar o tripé para a câmera, a moça da loja perguntou se nós também íamos filmar o eclipse. — explica ele, que detalha os desafios técnicos para a empreitada. — Para não destruir a câmera, é preciso usar o filtro especial para conter os raios infravermelhos. Estamos levando uma lente de 800 milímetros, muito teleobjetiva. E duas câmeras, para poder ter opções.nn nn*Fonte: O Globonn

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